Não adianta, só mesmo ficando noivo(a) para entender quantas dúvidas em relação à etiqueta existem na hora de preparar um casamento. Quem convidar? É legal pedir para as madrinhas usarem uma cor específica? E como lidar com as particularidades do público infantil durante a festa? Pensando nessas e outras questões, trouxemos do Paraná um nome de peso quando o assunto é etiqueta. Com toda a sua simpatia, a cerimonialista Silvia Lopes conquistou o público da sala de palestras do IC Week RJ neste sábado,16, e mais: deu 5 passos simples para acertar nos protocolos do enlace.
Na opinião de Silvia, a ideia de que existe casamento entre duas pessoas é pura ilusão. “Trata-se de uma continuidade de história e de família. Na hora de montar a lista de convidados, é preciso pesar os dois lados e analisar o todo”, explica. O primeiro ponto é que não existe convidar apenas uma pessoa para a festa, já que ninguém irá sozinho ao evento.
Sobre quem você deve ou não chamar, ela institui uma regra bem fácil: a base da etiqueta é sempre facilitar a vida das pessoas. Isso não significa que você deva convidar quem não tem vontade que vá ao seu casamento, mas é preciso entender que a vida familiar é feita de concessões. Por isso, de acordo com Silvia, o casal deve conversar bastante entre si, analisando também as necessidades de suas respectivas famílias.
Pouca gente sabe, mas o momento de endereçar os convites do casamento é muito importante. A forma como você se dirige ao convidado diz – ou pelo menos deveria dizer – tudo sobre quem está ou não convidado. O que isso significa na prática? Que se o convite apenas diz “Senhor e Senhora”, ele não se estende ao restante da família. É de bom tom respeitar a demarcação e realizar o rsvp de acordo com as instruções.
O dress code da festa também é assunto sério. De acordo com Silvia, a tradição de estipular o traje do evento está cada vez mais caminhando para o fim. Ainda assim, a regra é clara quando se trata de definir o limite entre o que pode e o que não pode: não constranja o outro, principalmente os noivos. Ou seja, nada de vestidos brancos ou pretos – a não ser que essa seja a proposta do casamento. “Isso se aplica principalmente a madrinhas e às mães do noivo e da noiva. A partir do momento que você está em destaque de alguma forma na cerimônia, é preciso tomar cuidado”, explica.
A regra de respeitar o espaço do outro também se aplica na relação do casal com os seus convidados. Caso queiram estipular uma cor específica para os vestidos das madrinhas, por exemplo, é interessante que possam arcar com os custos dessa imposição. “Pela etiqueta, você tem que bancar tudo o que pede ao outro para fazer porque nunca sabemos o momento financeiro que ele está passando”, argumenta a cerimonialista. Além disso, é interessante sondar com as amigas se elas gostam da cor escolhida e, na hora de entregar o convite, incluir um mimo junto à paleta de tons que devem ser usados.
♠ Para os noivos: é difícil evitar a presença de crianças na festa, principalmente quando nos referimos às da família. Na opinião de Silvia, também pega mal incluir “códigos” no convite sugerindo que os convidados não levem seus filhos. E se o número de pequenos no evento for grande, o casal também precisa dar condições para que eles fiquem por lá – o que envolve garantir trocadores nos banheiros, contar cadeiras a mais para itens como bebê conforto e pensar em uma alternativa de cardápio mais adequada ao paladar infantil.
♠ Para os convidados: ao levar crianças para uma festa de casamento é preciso estar sempre atento. Afinal, elas gostam de correr em locais perigosos e – por que não? – atacar a mesa de doces antes da hora. Mesmo se o evento contar com um espaço kids, a responsabilidade por ela é sua, e não dos funcionários do local.
“Festa boa é festa que o seu convidado entende”, afirma Silvia, referindo-se às diferenças culturais dentro do Brasil. Um exemplo rápido: no Rio de Janeiro os finger foods e coquetéis voltantes são muito comuns. No Paraná, onde ela realiza a maioria de seus casamentos, 99% dos casamentos têm serviços fixos de jantar, abertura da mesa de doces e, na madrugada, algumas porções extras. “A gente tem que tomar muito cuidado nessa questão dos serviços. Não adianta inventar um serviço que não conversa com o seu público”, explica.
O que achou dessas dicas de etiqueta? No IC Week RJ é assim: recebemos profissionais de ponta de diferentes regiões e tiramos todas as suas dúvidas. Fique por dentro da nossa cobertura ao vivo!
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