Um casamento ao ar livre pede integração de todos os elementos à natureza. A ideia é utilizar os elementos vivos que você tem à disposição, e não transformar o cenário em um salão de festas a céu aberto. Isso inclui, além da decoração e de muitos outros aspectos, a escolha do vestido de noiva. Como casar em jardins, na serra e na praia vem se tornando uma tendência cada vez mais forte no Brasil e fora dele, o IC Week RJ convidou a estilista Mariana Kuenerz e a decoradora Renata Paraiso, duas experts no assunto, para um bate-papo.
Há quase três anos no mercado, Renata recentemente inaugurou um espaço de festas dentro do maior horto de palmeiras da América Latina, o Lago Buriti, no Rio de Janeiro. A iniciativa é apenas uma das evidências de seu gosto por festas ao ar livre – tanto é que seu próprio casamento aconteceu no jardim de sua antiga casa. O local, aliás, deu um empurrãozinho para que entrasse na profissão. Formada em direito, ela ofereceu a área externa de sua residência para o casamento de uma grande amiga de infância. Ajudou a preparar o projeto e o resultado foi duplo: um décor dos sonhos e uma paixão genuína pelo trabalho de decoradora.
“Se eu pudesse expressar a minha proposta de decoração em um vestido, com certeza seriam os modelos que a Mariana faz”, afirmou Renata. Embora não pareça, a área de atuação das duas está muito relacionada. Afinal, a noiva (além do noivo e de todos os convidados) deve estar adequada ao tipo de evento que se propôs a fazer. “Se ela vai casar na igreja, tem que ter um look mais clássico. Se for ao ar livre, precisa de uma pegada mais descontraída. E eu gosto bastante desse estilo, de modelos leves e descontraídos, com tecidos fluidos”, explicou Mariana.
A semelhança de propostas das duas profissionais possibilita que elas realizem muitos sonhos juntas. Na parte que cabe à Mariana, ela afirma que existem três pontos fundamentais na escolha do vestido: estar de acordo com a festa, optar por um modelo que valorize o corpo da noiva (fazendo uso de técnicas de ilusão de ótica que escondem os aspectos indesejados e valoriza os positivos) e não usar nada que não seja um reflexo fiel da sua personalidade. Quando estamos falando de casamentos ao ar livre, outras questões são dúvidas frequentes de qualquer mulher a caminho do altar.
Na opinião de Mariana, que há 11 anos também se casou ao ar livre, usar o cabelo preso facilita bastante, mas – independentemente do penteado – o segredo é usar flores naturais no cabelo. Ainda assim, é preciso ter atenção para não exagerar na produção. “Na dúvida, use menos. Se quer um vestido muito trabalhado, opte por uma cabeça mais simples e buquê com cores mais neutras. Caso o modelo seja clean, é mais fácil ousar nos acessórios”, resume.
Renata, que também cuida de toda a parte floral dos casamentos que decora, concorda em gênero, número e grau. “Casamentos ao ar livre pedem maior naturalidade. Para o buquê, eu gosto muito de usar elementos realmente naturais, como capim, sementes, frutos e folhagens. Isso agrega muito valor e torna o cenário bem mais harmônico”, opina. Muito interessada no assunto, a maquiadora Alessandra Grochko logo perguntou às palestrantes sobre a possibilidade de desidratar as flores para que o penteado fique mais resistente.
“Existem varias técnicas de desidratação floral para que elas fiquem mais firmes e resistentes, mas a flor natural é sempre mais bonita! E hoje existem arames verdes que são quase imperceptíveis e podem ajudar bastante, deixando o penteado bem firme”, respondeu Renata. Mariana completou o raciocínio, ponderando que coroas muito cheias podem poluir o look. Além disso, muitas noivas que vão casar ao ar livre optam por véus mais curtos, que passam apenas 2,5 metros da cauda do vestido, ou até mesmo por extingui-lo da produção.
“Acho incrível quando elas não usam véu, mas apostar em um modelo mais curto, bem natural e esvoaçante, também é legal. Outra coisa que a gente faz para quem opta por não usar véu é aplicar um tecido maior nas costas, geralmente de musseline, para valorizar parte de trás do vestido. O que é muito importante, porque a noiva fica de costas. A gente prende um ganchinho por dentro e depois da cerimonia ela pode tirar esse tecido para a festa”, explicou a estilista.
“Não existe uma regra dizendo que a noiva precisa se casar de salto fino. Às vezes o local tem grama ou areia e um salto mais grosso ou até mesmo uma anabela funcionam muito bem”, desmistifica a estilista. Para Mariana, o ideal é escolher um sapato que seja confortável para que ela não precise trocar o calçado ao longo do evento.
Além disso, é importantíssimo especificar o dress code para os convidados – e o melhor canal para isso, como sempre pontuamos, é o site dos noivos. Quer uma dica de ouro? Existem adaptadores para salto de silicone que mantêm o visual do calçado escolhido, mas dá aumenta (e muito!) a sensação de conforto. “Uma boa ideia é usá-los como um mimo para madrinha e convidadas”, opina Mariana.
Sobre o tipo de solo, Renata explica que só opta por incluir tablados e pisos no projeto se a grama do local for muito irregular. “Em outros casos, é perfeitamente viável calçar os móveis ou usar lonas, caso tenha chovido nos dias anteriores”, explicou a especialista.
Outra grande preocupação dois novos que optam por casamentos ao ar livre é o clima. E quando o assunto é esse, não adianta: é indispensável ter um plano B, caso chova. “Eu gosto muito de avaliar se o local oferece uma área coberta capaz de abrigar todos os convidados. Se isso não for possível, existe um recurso conhecido como contrato de emergência em que você reserva um serviço de toldo pagando 30% do valor total para que a empresa fique disponível no dia do evento”, conta Renata.
Com cerca de dois dias de antecedência, os noivos precisam sinalizar se irão ou não utilizar o toldo. Antes disso, ela afirma, nem adianta se preocupar com a previsão do tempo. “Olhar os sites com muita antecedência só vai servir para comemorar antes da hora ou ficar feliz à toa. Quando o evento se aproxima eu uso bastante o site WindGURU, que é bem confiável, mas no verão eu aconselho minhas noivas a já montarem o toldo porque, nessa época, nenhuma previsão é confiável”, alerta.
Se esse for o seu caso, não se preocupem. De acordo com Renata, hoje existem no mercado toldos muito bonitos. “Há algumas peças transparentes, com intervalos grandes entre as pernas, além de pernas de materiais mais interessantes, como madeira envernizada, e pés direitos altíssimos. O toldo também é um artifício bem bacana para decorações aéreas, que fazem toda a diferença no décor de um casamento”, explica a decoradora.
E aí, gostou dessas dicas? Ainda dá tempo de vir ao IC Week RJ e conferir outras novidades incríveis!
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