Em live, Lorena e Rafael, da Monjardim Noleto, contam quais os momentos o profissional precisa ficar atento para não perder o registro perfeito.
Texto Renata Rodrigues
Um dos elementos-chave que é capaz de fazer as pessoas viajarem na lembrança do casamento é a fotografia. As lentes captam toda a essência dessa data especial e transbordam emoções. Presença vip e fundamental na lista de todo e qualquer casamento, esse serviço deve ser pensado com muito cuidado e carinho, pois é dele que ficarão todos os registros e tudo o que será lembrado e mostrado a posteridade.
O casal de fotógrafos de Brasília, Lorena Monjardim e Rafael Noleto, da Monjardim Noleto, contaram em live com Fabiano Niederauer da importância desse serviço e detalharam no que os fotógrafos ficam ligados durante todas as etapas do casamento. “Tem uma parte muito legal do making of que toda noiva se emociona: na hora que coloca o véu”. Estar preparado e antecipar ou prever o que os convidados vão fazer é um trabalho que requer expertise e muita atenção.
A evolução da fotografia e o imediatismo que a internet e as redes sociais trouxeram a profissão também foram pauta. Confira abaixo o bate-papo!
Lorena e Rafael. Foto: Divulgação.
Inesquecível Casamento: A Monjardim Noleto já fez vários ensaios com a gente e são os fotógrafos escolhidos para nossos ensaios de moda em Brasília. Como vocês começaram? Como é trabalhar em casal?
Monjardim Noleto: A revista faz parte da nossa história. Desde o começo participamos de muita coisa da revista, foi uma honra. Foi crescimento para nós como profissionais também, cada editorial que a gente fotografou, a gente cresceu. O resultado sempre foi muito legal.
O casamento é o sonho da noiva. O cerimonialista organiza os serviços que envolvem e a fotografia tem algumas questões particulares que devem ser levadas em conta. Uma delas é a data do fotógrafo. Vocês são um casal e trabalham juntos. Como é a estrutura de trabalho de vocês, é um casamento por dia ou vocês se dividem?
Monjardim Noleto: Tem dois perfis de fornecedores de um casamento. A gente faz parte de um perfil que, além de vender toda a bagagem de conhecimento, qualidade técnica, referência e tudo mais, a gente vende data. Porque não tem como a gente ser onipresente e estar em dois lugares ao mesmo tempo. É o tipo de serviço que a gente se envolve, as vezes desde de manhã e vai terminar só a noite. Não é só o casamento em si, tem o making off, as vezes têm a prévia da noiva no dia do casamento… Enfim, a gente não divide equipe. Poderíamos, já tivemos muitos pedidos mas resolvemos centrar em um casamento só para fazer da melhor forma. E é até melhor para nós depois no pós também, para não acumular muito.
O pós do fotógrafo é muito pesado. O dia é intenso mas o nosso pós, as vezes, dura semanas. É o tratamento da imagem, edição, as vezes diagramação de álbum… Enfim, a gente decidiu prezar pela qualidade e não pela quantidade de eventos. Desde o início da carreira foi assim. Até chegamos a pensar em dividir e fazer duas equipes, seria financeiramente excelente, mas fugiria dos nossos valores como profissionais. A gente escolheu ter esse caminho e não nos arrependemos. A gente vê que isso faz a diferença para os clientes.
Vocês tem algum estilo definido, no sentido de cada um tem seu estilo, ou ao longo dos anos foram se ajustando e pegaram a mesma leitura?
Monjardim Noleto: É impressionante, a cada casamento a gente se aprimora um pouco em termos de ângulos, olhar… O olhar é uma questão de vivência, de bagagem de vida até. (…) Nesse tempo, a gente acabou pegando uma linguagem muito complementar. As vezes eu já sei o que ela está fazendo e penso no que tenho que fazer para ficar um complemento.
Fala um pouco da prévia da noiva, que é uma cultura muito clara em Brasília mas em outros lugares não é tão comum.
Monjardim Noleto: A prévia da noiva é uma coisa bem característica de Brasília e ela é muito boa no sentido psicológico para a noiva. Porque, vamos supor, ela escolhe o vestido, escolhe o buquê em outro momento, a maquiagem em outro momento, o cabelo, os acessórios, o sapato… No dia da prévia é o momento que ela vê tudo junto, aquele conjunto pra valer, na realidade. Porque até então ela tinha imaginado isso. Muitas vezes a gente viu a noiva, no dia da prévia, olhar e falar que o cabelo podia ser diferente; ou mudar o brinco; ou ‘acho que vou ter a maquiagem um pouco mais leve ou mais pesada’. É muito bom e além de tudo, ainda tem fotos maravilhosas. É um momento a mais do casamento. É como se fosse uma extensão do casamento, só que antes. E ainda pode gerar um mini evento com madrinha, mãe, irmã… E no dia do casamento, a gente percebe que as noivas que fizeram prévia ficam mais tranquilas. Porque elas já viram, já sabem que o look tá certo, já viveram aquela emoção que as vezes descompassa um pouco quando ela se vê de noiva pela primeira vez. Então, vejo muitas vantagens. E também a prévia, para quem não quer se vestir antes, pode ser feita em um ensaio depois do casamento, que também é muito legal.
Como foi a evolução de vocês como fotógrafos? Vocês procuram se atualizar?
Monjardim Noleto: A gente começou em 2002 e a primeira vez na Inesquecível foi em 2009. Já tem mais de dez anos que essa parceria nos é presenteada. Claro que a gente busca referência geral, na internet e até em outros assuntos, não apenas em casamentos. Outros fotógrafos, de outros países, enfim, em outros ramos da fotografia; fotografia de arquitetura, de arte, de moda – inclusive, a gente veio da área de moda, o Rafael fotografava moda antes da gente fazer o primeiro casamento, essa linguagem sempre foi muito marcante na nossa trajetória.
Falo que fotógrafo de casamento tem que fotografar de tudo. Tem que fazer bem moda, tem que fazer bem produto, foto de ambiente, arquitetura. Tem que fazer fotojornalismo bem, pegar na hora e no ângulo certo. Tem que saber de tudo na área de fotografia! O fotógrafo de casamento tem que ser bem completo.
E a gente pega muito na luz! A gente vê que nesse tempo todo, a evolução da fotografia foi muito grande tanto para o profissional, como para o público leigo. E todo mundo ama foto, é difícil uma pessoa que não goste de foto. A fotografia se tornou bem democrática, todo mundo hoje em dia tem uma câmera boa. Então, a gente percebe que o grande diferencial do fotógrafo, hoje mais do que nunca, está numa luz bem-feita. A gente sempre busca fazer uma iluminação legal, de um jeito que fique bonito. Que fique natural que não fique nada muito agressivo, mas a gente se vê na obrigação de oferecer esse valor ao cliente. As fotos deles têm que ter uma luz profissional bem elaborada. A gente vê que tem uma certa vertente de fotografia sem luz, mas a gente finca o pé nessa parte mais tradicional da luz bem-feita, suave e bonita para acrescentar a uma fotografia bem-feita.
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Vocês falaram uma coisa legal das pessoas saberem que é, para fotografia para sair perfeita existem vários fatores além de só enquadramento. O casamento tem muitas iluminações que não dependem do fotógrafo e para regular tudo isso, são muitas horas de dedicação e estudo. O casamento é feito de momentos, momentos esses que geram cenas na fotografia. Com relação as cenas, quais são os atos que vocês já ficam ligados desde o início da cerimônia? Como seria a time line da história do casamento na fotografia?
Monjardim Noleto: Uma coisa que agrega muito valor ao fotógrafo de casamento é a experiência, porque você começa se antecipar em possíveis cenários. Você já começa a prever o que vai acontecer de tanto você fazer aquilo. Você já começa a imaginar, adivinhar, de que lado o pai vai ficar quando for dar o abraço na noiva. Isso faz toda a diferença. Então, você já chega num casamento percebendo as pessoas. Você olha, percebe o jeito, as vezes você vê a relação da noiva com determinada convidada e você sabe que aquela convidada vai chorar em algum momento e você tem que pegar aquele choro. A experiência te dá isso (…). Até brinco que fotógrafo é meio vidente, você começa a adivinhar o que vai acontecer e você tem que estar no lugar certo e no ângulo certo para pegar aquilo, se você perder não tem como voltar porque a cena não acontece de novo.
Quais as etapas que vocês se ligam, ou seja, no making of o que é importante estar atento? Na cerimônia, o que é importante ficar atento? Fala da importância de cada etapa e do que vocês têm que prestar atenção para clicar.
Monjardim Noleto: Tem alguns momentos que são protocolares e você não pode deixar de fazer em cada etapa. No making of, a gente sempre tenta pegar detalhes de um procedimento de maquiagem, um lápis no olho e tudo mais. Acho que uma etapa muito importante do making of é a arrumação, aquele momento da mãe fechando o vestido… Tem uma foto que é muito a nossa cara – não somos os únicos que fazemos, mas tem noivas que nos contratam as vezes por conta daquela foto –, que é a foto do perfume, da noiva borrifando o perfume. A gente faz uma luz diferenciada pra enfatizar o líquido do perfume. Esses momentos do making of são importantes. Tem uma parte muito legal do making of que toda noiva se emociona: na hora que coloca o véu. Na hora que o cabeleireiro vai colocar o véu já me posiciono ali porque sei que vai vir uma emoção.
Vocês se dividem na hora do making of? Fica um fotógrafo com o noivo e o outro com a noiva?
Monjardim Noleto: Sim, um com o noivo e o outro com a noiva.
E aí vem a cerimonia, o que vocês já se ligam em etapas na cerimonia?
Monjardim Noleto: Primeiro é a entrada em cortejo de padrinhos, pais, noivo e noiva. Óbvio, é aquele momento que a gente nem pisca. Metralha para não perder nada.
É o momento que começa a suar né? Fica de um lado para o outro, muita atenção…
Monjardim Noleto: E é engraçado que a gente fica nervoso em cada casamento até hoje, desde 2002 (…). A hora da entrada da noiva, gosto muito de olhar para, claro, todo mundo olha para a noiva e o pai, ou enfim, quando a noiva entra com a mãe também. Mas eu gosto de olhar para o noivo olhando a noiva entrar, os padrinhos, as daminhas os pajens olhando a noiva entrar… Isso rende coisa tão linda em termos de imagem, rende emoções únicas. A daminha se espichando pra olhar, são cenas únicas que fogem do óbvio. Nesse momento a gente procura se dividir: um fica de trás da noiva para pegar aquela cena do véu pra trás, o outro fica da frente, o outro fica mais para o lado. Quando a igreja permite, a gente fica lá em cima, coloca um fotógrafo lá em cima, para ter vários momentos dessa mesma cena. Quando é externo a gente coloca drone.
Vamos em três fotógrafos geralmente. Na hora da entrada da noiva a gente se divide em seis. A gente consegue ser onipresente, conseguimos estar em dois lugares ao mesmo tempo [risos]. Você tem que pegar a expressão do noivo, a noiva entrando de frente, expressão dos pais olhando a noiva, quando o local permite a gente pega uma cena aérea também, pegando a noiva entrando de cima. É impressionante, quem vê não acha que são três fotógrafos, acha que tinha uns seis lá, porque é muito tensa essa hora da entrada da noiva. É uma emoção enorme.
Foto: Divulgação
Essa foto é de um contraluz no por do sol. Provavelmente é uma prévia e esse contraluz, você vê que tem um trabalho de luz muito bem-feito, porque tinha tudo para a noiva ficar escura. Fala um pouco dessa questão de montar uma estrutura para você aproveitar a melhor luz.
Monjardim Noleto: Essa luz aí, esse momento, é o momento mágico da foto. Você tem aquela golden light já no finalzinho, a transição entre a golden light e o crepúsculo. Esse céu é muito legal de trabalhar mas se você souber fazer luz. Dá pra você fazer sem luz também, mas naquela pegada mais silhueta, que é bonito e também funciona. Mas nesse momento, a luz faz total diferença, porque você tem que fotometrar de uma forma que a exposição do ponto fotografado da noiva fique bonito igual ao fundo. Tem que deixar tanto o fundo com uma exposição legal quanto a noiva, para essa foto ficar boa.
E não perder de certa forma a naturalidade né, porque acho que aquela foto também que fica muito fake não é legal. O que vocês acham disso, de muito tratamento na imagem?
Monjardim Noleto: Acho que até pelo pós, até pelo tratamento depois, o ideal é que o fotógrafo consiga tirar a foto pronta já na câmera. O quão mais pronto a gente consegue tirar melhor para a noiva, que vai ter uma foto mais real possível. Com a luz, a gente já consegue produzir efeitos que outros profissionais precisam fazer edição pós. Isso facilita até o trabalho de edição. Acho que são vários ganhos em um, quando você se dedica ali na hora da produção da foto, todo mundo ganha.
Hoje tem muitos recursos, tem presets, mas se você não fizer uma luz realmente bem-feita, o preset não vai deixar a foto boa. Ele vai maquiar. A foto vai ficar totalmente manipulada e não fica realmente natural. A foto tem que sair boa na câmera, com calibragem de configuração da câmera e luz, não tem jeito (…). Nós não somos muito adeptos a manipulações excessivas na foto. Mas acho que, sempre por melhor que saia na câmera, sempre você dá uma mexida, para dar um temperinho a mais em alguma coisa que você queira enfatizar. É normal.
Pergunta dos seguidores: Vocês fazem um trabalho que é de muita responsabilidade, vocês carregarem a história do casamento. Inclusive no caminho para casa, no salvar as coisas… Como vocês lidam com o backup, com essa coisa da segurança da fotografia?
Monjardim Noleto: (…) A maior preocupação do fotógrafo é ter a garantia de ter todos os arquivos e tudo. Para você ter uma ideia, a gente é tão preocupado com isso que a gente divide o equipamento em dois carros. A Lorena vai com uma câmera e alguns cartões e eu vou com a outra parte. Porque, se acontecer de, sei la, a gente ser assaltado ou acontecer alguma coisa assim, a gente tem metade do casamento com alguém. Se tiver num carro só vai tudo né. Graças a Deus, em todos esses anos de fotografia, nunca aconteceu nada assim.
Teve uma vez que levaram uma lente nova num casamento na Dom Bosco, mas foi uma lente e foi no começo. A gente sempre vai com equipamento em dobro para nunca acontecer de ficar sem lente ou sem equipamento. E chegando [em casa], a primeira coisa que a gente faz é descarregar as fotos. A gente não deixa para descarregar no dia seguinte, nós mesmos que fazemos, fazemos questão! E é sempre um só que faz para poder controlar tudo. E conferências triplas, [verificamos o] número de fotos se está batendo, anotamos e fazemos backup. Fazemos três backups em lugares fisicamente separados. Então, assim, todo cuidado é pouco.
A gente falou aí da segurança e tem uma coisa aí que realmente as noivas têm que se dar conta, que é a coisa da escolha das fotos. Fala um pouco sobre essa coisa do álbum. Como é o ideal e como vocês mandam para elas escolherem?
Monjardim Noleto: Você tocou num ponto muito importante e isso retoma o que falamos da experiência do fotógrafo e da solidez da empresa. Hoje em dia a gente vê muita ciclagem no mercado. Empresas que a gente chama de cometas, sobem e daqui a pouco ninguém mais ouviu falar. E as fotos daquela pessoa que não escolheu ainda, para onde vão? As vezes a pessoa não conseguem fazer nunca mais o álbum, então, é um ponto muito importante isso.
Esses dias mesmo a gente fez um álbum de 10 anos atrás. A noiva e o noivo se mudaram para a França, foram morar lá, tiveram três filhos, enfim, a vida vai passando e a pessoa não escolhe a foto. Aí ela escolheu, ligou e perguntou se a gente ainda estava na ativa. Na época a gente entregava em DVD, agora a gente já entrega em pendrive. As vezes em nuvem, dependendo da necessidade do cliente. E o cliente faz a escolha com calma, no tempo dele, em casa. E aí quando ele escolhe a foto, é feita uma reunião de diagramação, porque aí ele vai escolher capa, revestimentos, enfim, tipos de diagramação.
Quantas fotos vocês mandam para os noivos?
Monjardim Noleto: A média que a gente manda é entre 2.500 a 3.500, já peneiradas e todas tratadas tecnicamente. Mas já tiveram casamentos que entregamos 4.000, 4.500. A gente volta de um casamento com mais do que isso, só que a gente dá uma editada, para facilitar a vida deles. Para não entregar fotos demais repetidas.
E quantas fotos eles têm que escolher para o álbum, mais ou menos?
Monjardim Noleto: De 120 a 130, depende do pacote que a pessoa escolheu. Mas no geral é mais ou menos isso.
A missão é realmente difícil! Então, não pode achar que isso é uma obrigação, senão você não vai fazer nunca. Tem que fazer isso como algo prazeroso. É o momento de você reviver aquele momento, não é isso?
Monjardim Noleto: Isso aí. Sempre falo para os casais fazerem [a escolha] por exclusão. Exclusão é vida! Cria uma cópia daquela pasta e renomeia como seleção, aí você vai apagando as que você não quer. O pessoal usa outras metodologias mas ao longo do tempo a gente viu que essa é a mais eficaz. Quando a gente vai escolher portfólio, foto para fazer mostruário, a gente usa essa técnica e funciona muito bem.
Vocês mandam em baixa resolução para ficar mais fácil ou vai em alta?
Monjardim Noleto: Em média. A gente tira um pouquinho porque a foto que sai da câmera é em formato RAW, aí a gente faz uma versão mais amigável em JPEG que é mais levinha só para a pessoa poder escolher com facilidade.
E o álbum? Vocês são a favor daquele álbum grande, menor ou tanto faz para vocês? Quantos tipos de álbum e de formatos vocês tem normalmente?
Monjardim Noleto: O álbum carro-chefe, que não adianta, mostro o menor, mostro o maior, mas o tamanho 30×40 é assim, 99,9% gosta desse tamanho. Que ele é uma proposta mais horizontal, é fantástico esse álbum. (…) a ideia do álbum é ele ser uma peça decorativa na sala do casal, né. A gente faz um acabamento bem legal para quem chegar na casa dos noivos falar ‘que álbum lindo’ e estar ali na mesa de centro.
Tem que ser de fácil manuseio, né? Não adianta inventar uma coisa gigantesca que seja uma ginástica você mexer no álbum.
Monjardim Noleto: O 30×40 é perfeito. A gente já trabalhou com outros tamanhos mas esse tamanho é o melhor porque ele é comprido, ele não é pequeno mas também não é gigante. E ainda dá uma visualização legal. Outra coisa legal que faz um sucesso danado, inclusive com as mães, é a réplica do álbum em miniatura.
Acontece muito aquelas confusões de família? No sentido de meu pai não fala com a minha mãe, não se suportam, não pode ficar um do lado do outro, não pode tirar foto. Como é essa situação na hora de fotografar? Conta alguma coisa ai nesse sentido, tenta revitalizar alguma história para o pessoal ver como o fotógrafo passa por saia justa.
Monjardim Noleto: Tem muito! Mas a gente também conta com a ajuda de pessoas incríveis e que sem elas a nossa vida jamais seria a mesma, que são os cerimonialistas. Normalmente, na reunião dos noivos antes do casamento com o cerimonial, eles já passam essas questões. Então, a gente não passa a ter tanta saia justa assim por conta disso. Mas sempre tem. A gente pede pra pessoa chegar para o lado e a pessoa fala ‘hm, não, do lado dele não’. Mas o casamento é um dia tão mágico que as vezes desavenças que estão ali anos e anos, no dia do casamento meio que a galera esquece. As vezes pais separados no dia do casamento se abraçam…
Até reconstitui porque é um negócio tão legal que as vezes até voltam a se falar né?
Monjardim Noleto: Por isso que o casamento, o evento em si, ele é tão importante para as famílias. Não é só o lance da união. Lógico o principal motivo é a união, a constituição daquela nova família. Mas o que agrega valor em todo o entorno, em todos os familiares, porque as pessoas se veem, questões antigas são resolvidas, pessoas que não se veem há anos se encontram num casamento. Lembro de ter percebido a grandiosidade disso uma vez que uma noiva me ligou e falou ‘Lorena, essa foto aqui que você fez antes da cerimonia, na entrada da igreja, pra mim foi a melhor do meu casamento’. Eram dois senhores se abraçando. Falei nossa, mas o que será que tem por trás, fiquei curiosa. Eram tios que não se viam há mais de 20 anos e esse momento da foto, foi o momento que os dois se encontraram. Talvez se não fosse o casamento eles não teriam mais se encontrado.
Casamento move muita coisa legal mesmo. Move família, amigos…É muito sentimento envolvido. É uma nova etapa de vida. Agora me fala um pouco sobre a ansiedade da noiva ou até mesmo de profissionais pedirem a foto para vocês já no dia seguinte para postar?
Monjardim Noleto: Foi um processo gradativo mesmo, antigamente não tinha isso. A gente entregava o material na íntegra com dois meses depois do casamento e tudo certo. Mas agora mudou né, novos tempos. O imediatismo faz parte do nosso trabalho, você tem que entregar rápido. Porque na semana seguinte já é #TBT, tem que ser logo. E não adianta separar 10 fotos pra mandar porque não supre. (…) já que vou fazer isso, já separo logo de tudo um pouco, as vezes 400 ou 500 fotos. Dois dias depois do casamento eu já mando o link. As vezes o casal tá no aeroporto indo para a Lua de Mel e recebem o link no whatsapp com 500 fotos.