Essa é uma crônica aos que não casaram, aos que vão casar ou aos que acabaram de casar.
O “sim” mais importante de nossas vidas é o “sim” que forma laços.
“O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço”. Foi Mário Quintana quem disse.
Por um tempo, acreditei que isso fosse mentira, porque mesmo quando vira nó ainda ficamos ali querendo desatá-lo e fazer com que volte a ser laço a qualquer custo. Só que às vezes não tem como. O nó amassa o laço e aí já era. Fica difícil demais pra ficar bonito de novo. Porém, o bom da vida é que podemos dar outros laços. Novos laços. Laços diferentes. Laços maiores, mais coloridos e mais vibrantes. Laços eternos.
Não é que esquecemos dos nós que um dia tentaram ser laços. Não é isso.
Os nós passados servem como aprendizado. Já sabemos que um laço deve ser guardado com mais carinho pra que não vire outro nó, e sim um laço impossível de ser desfeito.
Porém, é importante lembrar que o laço não é bonito sozinho. Ele não é a peça principal. Ele é, na verdade, o toque final que faz com que o embrulho fique ainda mais bonito. Assim como o laço não pode ofuscar o embrulho, o embrulho também não pode ofuscar o laço. Ambos devem se completar, e assim, juntos, formarem o presente completo; a essência de tudo.
E como saber se um novo sentimento é de fato um laço ou apenas uma fita de cetim ainda sem forma que vai virar um nó? Não tem muito mistério.
Quando sentimos que nos completa de verdade é porque é laço mesmo. Pode confiar.
Quando encaixamos com alguém que nos enfeita sem ofuscar, está permitido falar que é amor.
Quando encontramos o laço perfeito, não tem quem o desfaça. Então pode dizer “sim” sem medo.
Ai, como é bom encontrar alguém que nos laça, mas não sufoca.
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