Sabe aquela cidade que você quer conhecer, mas nunca inclui no seu roteiro? Lisieux era uma delas. Um dia recebemos, inesperadamente, um convite para visitá-la, aceitamos sem hesitação. Pensei que seria um momento propício para reflexões e orações, o que para mim, como católica, seria muito bom.
Fiquei surpresa ao descobrir que Lisieux é uma cidade turística como muitas outras, numa bonita região da Normandia, ao lado da Côte Fleurie e das conhecidas Deauville e Honfleur. A diferença está em ser também uma cidade de peregrinação para os devotos de Santa Therezinha, que lá viveu a maior parte de sua vida até morrer.
Foi fácil chegar, pois fica a menos de 200 Km de Paris, seja de carro ou de trem. Nós nos hospedamos no Grand Hôtel de l’ Espérance, um lindo nome, bem significativo para o lugar, afinal muitos vão a Lisieux em busca de milagre. Gostamos deste hotel despretensioso, muito bem localizado, no centro da cidade, com garagem, boa internet e quarto confortável, perfeito para nós, lembrando que não há hotéis cinco estrelas na cidade.
Lisieux é encantadora com muitas atividades para turistas: visitar castelos, percorrer as “route du cidre” (rota da cidra), route des fromages (rota dos queijos), route du poiré (rota do poiré), ir ao zoológico ou aos museus e, logicamente, percorrer os lugares em que Santa Therezinha viveu, enfim, tudo para todos os gostos.
Nosso primeiro passeio foi ao Santuário de Santa Terezinha, que recebe por ano mais de um milhão de peregrinos ou visitantes. No site do santuário nós encontramos todas as informações para visitá-lo. Achei interessante a linha azul pintada no chão, da estação de trem até lá, para que ninguém erre o caminho.
A Basílica fica no alto de uma colina, é uma das maiores igrejas do século XX, uma curiosidade: os brasileiros são o maior número em grupo a visitá-la. Existem várias capelas dedicadas aos países que contribuíram para a sua construção, o Brasil também apoiou com doações, por isso há uma dedicada ao nosso país.
Ficamos impressionados com a beleza e grandiosidade deste lugar. Há duas igrejas, em cima fica a maior com vitrais lindíssimos e relíquia da santa, na cripta, bela e aconchegante, fica a igreja menor. O museu de Santa Terezinha fica no Carmelo, onde ela passou a viver quando foi ser religiosa.
Terminada a visita ao Santuário, saímos com aquela sensação de paz e bem estar e alegremente fomos para uma degustação de Calvados, na Maison Boulard, a mais bela e maior destilaria da Normandia, a 7 km de Lisieux.
Calvados é uma bebida alcoólica, originária dessa região, feita à base de maçã ácida (para cada litro, 25 maçãs). Nessa Maison, a bebida é destilada duas vezes, fica de 2 a 40 anos descansando e o preço sobe conforme o tempo do descanso. Pode-se beber puro ou fazer muitos coquetéis, provamos vários, muitos premiados e todos deliciosos. Não resistimos e trouxemos uma garrafa.
Somos apreciadores da culinária francesa porque sempre se come muito bem. Não foi diferente em Lisieux, recomendaram-nos o Café de la Basilique, bar e restaurante perto do hotel, sem estrelas ou premiações. Pedimos tartar de salmão, vitela com molho Bercy e legumes da estação, em seguida um belo prato de queijos da região e pera Belle Hélène de sobremesa. Jantar excelente!
Um passeio agradável e interessante foi ao Château de Crevecoeur, a 20 km de Lisieux, um castelo medieval, dos mais antigos da Normandia… são dez séculos de história. No verão há muitas atrações para os visitantes, como espetáculos teatrais e musicais, torneio de cavaleiros, apresentação de falcões. Há também o festival de degustação com receitas de época, da medieval à imperial. Noivas, saibam que se pode alugar o espaço para casamentos a 400 euros por 3 horas, quem sabe ainda teremos casamento de brasileiros por lá…
Uma deliciosa visita, literalmente, foi a Le Village Fromager, para conhecer a tradicional fábrica de queijos E.Graindorge. É uma indústria muito grande, o maquinário é o mais moderno do mercado e de lá saem tradicionais queijos da Normandia: Camembert, Neufchâtel, Livarot, Pont-L’Êveque. O melhor horário é pela manhã, assim chegamos às 10h e vimos todas as etapas da fabricação dos queijos, logicamente através do vidro. Não preciso dizer que adoramos degustar esses excelentes queijos que tinham acabado de sair da produção!
Se nós soubéssemos que havia tanta coisa para fazer em Lisieux, teríamos planejado mais tempo na cidade. Infelizmente não deu para conhecer o Château-Musée Saint-Germain de Livet que possui afrescos do século XV, assim como seu mobiliário do século XIX. Também não fomos ao famoso Cerza, Parc Zoologique. Ficará para uma próxima vez!
Nossa viagem a Lisieux não teria sido tão animada e divertida se não tivéssemos a companhia de Sandrine Papini, diretora de Promoção do Turismo de Lisieux, que organizou nossos passeios, de Marion-Emilie Nogueira, uma francesa que fala português muito bem e de Laurence Fafchamps, nossa amável guia no Santuário. Agradeço a todas elas a gentileza e o carinho com que fomos recebidos.
Foram dias tão felizes e tranquilos em Lisieux que nos deixaram saudade e vontade de voltar.
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