Conservatória é conhecida como a “cidade das serestas”, mas foi uma surpresa descobrir que além de encantadora é muito alegre. Com música para todos, jovens ou não tão jovens se divertem pelas ruas da cidade; principalmente à noite, hora em que os seresteiros mostram seu talento.
Em 1998 comemorou-se 120 anos de serenatas em Conservatória. Dizem que a tradição nasceu com o romântico professor de música e violinista Andreas Schmidt, que numa noite de lua cheia começou a tocar seu violino, atraindo os moradores. Desde então, nas noites estreladas, Andreas passou a tocar seu violino na praça.
A música sempre fez parte de Conservatória e atraiu turistas de todo o Brasil, mesmo quando acabaram com os trens de passageiro, por volta de 1960. Os amantes das serestas continuaram a frequentar e divulgar a cidade, apesar das precárias estradas de terra. Atualmente a estrada até Conservatória é toda asfaltada.
Toda sexta-feira e sábado sai pela cidade a tradicional serenata. Parte às 23 h do Museu do Seresteiro e não tem hora para terminar. Nas manhãs de domingo tem a chamada Solarata, a serenata do dia. Há também as serestas que são realizadas em diversos horários em espaços fechados, como nos hotéis e pousadas.
Assistir a um espetáculo no Teatro Sonora é programa obrigatório. Isto é, se você conseguir comprar a entrada, porque há poucos lugares e os ingressos esgotam rapidamente. Por sorte conseguimos os últimos. Amei a apresentação em que Juliana Maia cantou músicas desde a época de Chiquinha Gonçalves aos dias de hoje, passando por Carmem Miranda e terminando com marchinhas carnavalescas.
No pequeno centro histórico, a maioria das casas são do século XIX. Muitas delas atualmente são cafés, bistrôs e restaurantes, que à noite apresentam música ao vivo. Além de lojinhas de artesanato e lembrancinhas de Conservatória.
Na verdade, Conservatória é um distrito de Valença, no Rio de Janeiro. A partir do século XIX, prosperou e cresceu durante a “época de ouro” do café. Por isto tantas fazendas de café são abertas para visitação ou se tornaram excelentes hotéis, que ficam lotados nos fins de semana.
A rede hoteleira conta com muitas pousadas e alguns hotéis. Escolhi um lugar histórico para me hospedar, o Hotel Fazenda Florença. A bela sede da fazenda é de 1852, um verdadeiro museu da época de ouro do café. Fizemos uma visita guiada pela professora de História Eliane e foi muito interessante. Uma pena que não se pode tirar fotos do interior da casa.
O Hotel Fazenda Florença é muito bom. Além da oportunidade de revisitar nossa História, conta com uma adorável capela, acomodações confortáveis, área de lazer excelente, “staff” competente, ótimo restaurante com deliciosa e variada comida caseira. Gostamos bastante deste hotel.
Se você gosta de música e diversão com tranquilidade, Conservatória é o lugar perfeito para um fim de semana a dois. Vá conferir, garanto que você vai amar.
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