SOM NA CAIXA – O SOM DO VERÃ0 2024

Já pintou verão, calor no coração, a festa vai começar…

Quem nunca cantou “Baianidade nagô”, da Banda Mel, um dos maiores hinos do verão em todos os tempos? Todo verão ganha pelo menos um hit marcante daqueles que a gente passa meses cantando até enjoar. Quem nunca cantou “Rebolation” ou “Desenrola, bate, joga de ladin”? Esse hit costuma ser consagrado durante o Carnaval e, em 2023,o Brasil cantou “Zona de perigo” do Léo Santana e fez uma sequência de lovezinho. O Carnaval se aproxima e ainda não sabemos a música que será coroada em 2024, mas nós já sabemos qual é o som, o estilo musical, que bombou nesse verão! Hora de falar um pouco sobre o Afro House.

AFRO HOUSE

Fui no Google e fiz a pesquisa: Afro House é um gênero musical, um subgênero da house music desenvolvido principalmente na África do Sul. O gênero surgiu na década de 1990. Foi amplamente liderado internacionalmente por Malaika, Black Coffee, DJ Fresh, DJ Tira, Zakes Bantwini, DJ Cndo, Da Capo, Bucie, Culoe De Song, Shimza, Punk Mbedzi, Enoo Napa e Black Motion.

Na verdade, o Afro House é uma espécie de House Music meio tribal. A coisa foi mudando, o Deep House surgiu forte nas pistas e tudo se misturou. Hoje o Afro House é um mix de House, Progressive House, percussões, vocais étnicos, tudo junto e misturado. São músicas um pouco mais sérias, com uma vibe mais profunda. O grande nome do segmento é o DJ sul-africano Black Coffee, que esgota os ingressos por onde passa. Ele já lançou música até com David Guetta, o DJ #1 do mundo.

Os DJs começaram a abraçar de verdade o movimento e o Afro House explodiu no verão. São músicas que tocam perfeitamente em um Beach Club, em um restaurante ou bar super chique e até em uma balada, com pista cheia. E como sempre acontece quando um novo segmento surge, várias músicas do passado são remixadas e regravadas.

ANDREW GRACIE

Eu conversei com alguns DJs que entendem muito do assunto e eles vão nos ajudar a entender um pouco mais do assunto. Com vocês, um mestre, Andrew Gracie.

“O Afro House é originado lá do Balearic House (mistura eclética de dance music) dos anos 2000 e vem ganhando muita projeção em muitos eventos ao redor do mundo, principalmente aqui no Brasil. Os produtores mais populares, que são nomes muito conhecidos por aqui, são Black Coffee, o trio Keinemusik; composto por Adam Port, Rampa e &ME – a pronúncia é andme, Pablo Fierro, além do brasileiro Maz, que explodiu com o remix da música “Banho de folhas” com vocal da Luedji Luna. A cena brasuca do Afro House está muito bem representada e é motivo de orgulho para todos nós, independente do seu estilo de música preferida. É a bandeira do Brasil cada vez mais alta nos maiores festivais do mundo.”

Andrew Gracie é dos DJs mais respeitados da noite carioca e atualmente é DJ residente do Pesqueiro, um resort na Praia da Reserva e é residente das festas do Club Sirena Maresias. O DJ já se apresentou em festas e clubes de grandes marcas, como Nikki Beach, Café de la Musique, P12 Beach Club, além de participar de tours de algumas das melhores labels do mundo como Space Ibiza, Pacha Ibiza, Amnésia Ibiza e La Terrazza.

“O Afro House não apareceu do nada. Grande parte dos “novos artistas” que estão despontando nesse cenário atual eram produtores de Melodic House, Techno, Progressive House e de maneira muito gradual foram chegando a essa sonoridade atual.”

Para finalizar, ele disse: “O Afro House ainda não é uma realidade em festas comerciais. Precisa realmente de uma atmosfera e de um conceito para fluir legal.”

Perfeito, boa dica! Mas quando uma nova vertente surge com essa força, é bom ficar de olho porque normalmente acaba conquistando as pistas de dança.

Nesse link você pode conferir um set do DJ Andrew Gracie:

Hello Summer 2024

DUDA SANTTOS

Outro monstro sagrado da noite carioca e da música eletrônica é o DJ Duda Santtos.

 “O Afro House conquistou o público adulto que adora música eletrônica. É um som eletrônico que não soa agressivo e tem muitos elementos orgânicos que acaba se tornando envolvente. E quando você mistura isso com vocais já conhecidos do público, você cria uma música que agrada em cheio.”

Esse é o caso de um mashup produzido pelo Duda com “World hold on” do Bob Sinclar. “Eu busquei uma música base que tinha a ver com a harmonia e a vibe leve e com a mensagem da música”, declarou Duda.

Essa produção é exclusiva para os sets dele mas eu toquei uma vez no rádio e vários DJs mandaram mensagem, doidos atrás da música. A mesma coisa aconteceu com “Last night” do P. Diddy com vocal da Keyshia Cole. Um hip hop que explodiu em 2006 e agora está de volta com remixes incríveis!

“A música virou a queridinha da mulherada! O remix é bem leve, não tem timbres pesados e baixos agressivos, o que torna a música versátil para várias situações. Você pode ouvir o Afro House sentado na areia e tomando um drink maravilhoso ou pode ouvir numa festa, com iluminação, laser, etc. Essas músicas funcionam muito bem. O grande lance do Afro House é esse.”, explicou o DJ.

Já que falamos de um mashup exclusivo, que tal você ganhar de presente outro mashup incrível do Duda Santtos com um clássico do Phil Collins? Essa produção só está disponível no SoundCloud para os DJs em Free Download:

Duda Santtos concluiu fazendo uma comparação muito interessante:

“O Afro House está fazendo o papel que o Deep House mais envolvente fez, naquela virada de página do EDM, o som Big Room, para um som mais leve, suave e mais agradável. O Afro House está suprindo a necessidade do público que gosta de música eletrônica mas não gosta de uma música agressiva”, finalizou o DJ.

Nesse link você ouve um set do DJ Duda Santtos:

MARY GRIPA

Lá em São Paulo, quem está brilhando é a DJ Mary Gripa. Ela também é modelo, tem 22 anos e nasceu em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. “Há um ano eu vi um DJ chamado Black Coffee. O lugar estava lotado e todos adorando as músicas. Elas são mais intimistas, mas envolvem a gente de uma forma absurda. É muito bom sentir a vibe do estilo”, disse Mary. A DJ já tocou em vários lugares bacanas de SP como G&T Bar da rua Oscar Freire; 300 Rooftop, Noma da Faria Lima, Café de Lá Musique, Magnólia, BOHO no Jardins, além de lugares super badalados dos redutos eletrônicos do estado de Santa Catarina, em Itajaí, Balneário Camboriú, Floripa e Jurerê há dias atrás, aonde fez o Sunset do Folha Beach Club, Noma Rooftop de Floripa, Dior Champanheria em Balneário e no Noma da Praia Brava. “Tenho pouco tempo de carreira mas já toquei em lugares incríveis”, declarou a DJ.

“É um estilo altamente qualificado para um público de poder aquisitivo alto e os ingressos são mais caros para eventos do segmento. Sinto um prazer a cada música nova que incluo em meu set. A prova do sucesso desse estilo são os remixes que estão saindo. Grandes nomes e super hits estão sendo remixados e adaptados para o AfroHouse. E não é que as versões ficam boas?”.

Seguem 5 indicações de músicas indispensáveis no set da DJ Mary Gripa:

1)      &Me, Black Coffee, Keinemusik – The Rapture Pt.III

2)      Notre Dame – Emowe

3)      Simone Vitullo & Do Santos – Que Ritmo

4)      Maz, Luedji Luna – Banho de folhas

5)      Nico de Andrea – Ethnica

Se você curtir um set todo mixado pela DJ Mary Gripa, basta clicar no link abaixo:

Agora você pode ouvir os sets e pensar se esse som cabe na pista do seu casamento. Felicidades!