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SOM NA CAIXA – FIM DE FESTA

por André Werneck
29 set, 2023
COLUNA SOM NA CAIXA – FIM DE FESTA - foto Seiva Fotografia
Tudo que você precisa saber sobre as histórias que envolvem o fim de festa do seu casamento. Veja o que os melhores DJs tem a dizer sobre o tema!

Depois de muitos anos trabalhando com festas de casamento e eventos, posso dizer que já vivi momentos inacreditáveis! Já passei por experiências das mais diversas possíveis, algumas muito boas e outras nem tanto. Já até lancei um livro (esgotado) chamado: ” Histórias Inesquecíveis de Casamentos”, lançada pela editora 3RStudio. Uma das melhores histórias ficou guardada para o segundo volume, que será sobre festas em geral.

O que você faria se fosse esquecido em uma ilha ?

Tendo em vista que tudo começou durante uma festa de Réveillon realizada em uma ilha em Angra dos Reis. Isto é, fui para festa de helicóptero, porém, o que eu não esperava era que ao final todos os barcos iriam embora, como também os helicópteros, ficando abandonado na ilha. No entanto, me deparei com o desafio de achar uma maneira de como sair de uma ilha? Eu compartilhei todos os detalhes dessa história no próximo livro.

Histórias de inesquecíveis Casamentos

Contudo, em meu primeiro livro conto várias histórias reais e hilárias. A título de exemplo, quando um casal que foi embora e largou o bebê na festa. A ideia inicial era curtir a primeira saída após o nascimento do filho e eles estavam muito felizes. Porém, acabaram bebendo muito, se animaram e foram namorar. Por consequência, imprevistos surgiram e o casal precisou solucionar.

Como também a história com final parecido que aconteceu em um casamento no Museu Histórico Nacional. O casal também bebeu bastante, se animou, mas eles namoraram na festa mesmo. Pegaram o fondue de chocolate que estava sendo servido, foram para os fundos do salão e mandaram ver. Viraram a sensação da festa!

Quando pensar em deixar para reservar a noite de núpcias depois, lembre dessa história e faça diferente! 

Como esquecer uma festa de casamento no MAM (Museu de Artes Modernas), no Rio, em que os noivos esqueceram de reservar hotel para a noite de núpcias e a casa estava cheia de parentes. O noivo “chapou” em uma mesa e a noiva começou a dançar sozinha até o final do horário em contrato. “Quero samba! Quero axé! Disse a noiva.  Consequentemente lá se foi ela às 05h da manhã, quando acabou o óleo do gerador e o casal começou a brigar!

Um momento mágico na pista de dança

Fiz um casamento no Copacabana Palace de um casal que morava em Londres. Ela, brasileira e ele, italiano. Durante uma das reuniões, eles disseram que amavam uma música da banda Metallica. Uma música difícil de tocar durante a festa, mas anotei a dica. A festa já havia terminado, foi um espetáculo! Luzes acesas, as equipes de foto e filme já haviam partido e só restava o casal no local. Eu já estava desmontando o som quando resolvi tocar a música deles. Eles correram pra pista, começaram a se beijar e eu filmei tudo pra eles. Foi o momento mágico da festa, devidamente registrado.

Teve uma festa de casamento maravilhosa no Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, em Santa Catarina. O hotel tem uma pequena praia particular e a festa foi toda construída na areia com muitos tapetes, móveis e orquídeas brancas. Um espetáculo!

A festa começou com uma linda cerimônia no final da tarde e se estendeu até a manhã do dia seguinte. O sol já havia nascido e a festa estava terminando quando uma convidada muito triste se aproximou e fez um pedido: “DJ, toca a música mais animada do mundo pra mim?”.  Antes que eu conseguisse pensar em algo, ela mandou: “Toca Suspicious Mind do Elvis!”. Quando eu toquei a música, todos que estavam na festa correram para a pista, levantaram os braços e dançaram sorrindo de verdade. Foi o momento mágico da festa, emocionante e inesquecível!

Celebrações no Sul do país

As festas no sul do país merecem um capítulo à parte. Uma delas terminou com todo mundo muito louco! Os convidados pegaram os arranjos de centro de mesa, jogavam as flores pela janela do salão e enchiam os potes de vidro com bebida. Depois, todos os homens tiraram os sapatos, encheram de whisky e foram embora descalços e bebendo nos sapatos! Já cansei de sair das festas direto para aeroporto, sem conseguir trocar de roupa porque as festas não tinham fim. Aos poucos a coisa foi mudando por causa do sindicato dos garçons e demais profissionais envolvidos na realização dos eventos. Hoje em dia, a maioria dos salões de eventos tem o horário do termino em contrato.

O que fazer quando a festa não tem um final feliz? 

Contudo, nem todas as histórias são divertidas. Já passei por diversos finais de festas complicadíssimos, mas teve um péssimo. Foi uma festa de casamento em Campos dos Goytacazes, em uma linda usina de cana de açúcar desativada há mais de um século. Um lugar lindo, espetacular! O espaço é grande e a festa não foi tão cheia, porém foi super animada e acabou sendo muito longa.

Porém, como tudo, chega um momento que é preciso terminar – até para terminar bem. O serviço de buffet e o bar já haviam encerrado o serviço e restavam pouquíssimas pessoas na festa. Sabe quando a coisa começa a passar do ponto? Então, foi exatamente o que aconteceu. Eu senti um clima pesado e conversei com a cerimonialista para encerrarmos a festa. Combinamos mais duas ou três músicas e pedi para ela colocar alguns seguranças perto do som.

Em seguida, pedi para o meu assistente encerrar a música e fui até o estacionamento buscar o carro para carregar os equipamentos ao final.  Entretanto, o que eu não esperava era o que viria depois. Um convidado puxou uma pistola, colocou na cabeça do DJ e falou: “se você parar a música a coisa vai ficar feia!”. Na mesma hora ele parou a música, chamou o segurança e a festa acabou. Depois de horas e horas com pista bombando e todo mundo feliz, essa é a lembrança que ficou dessa festa. Um final tenso ao limite que podia ter sido evitado. O que aconteceu depois dessa festa? Agora o meu contrato de trabalho estipula um limite de horas e a possibilidade uma 1 hora extra é decidida em comum acordo.

Histórias de Réveillon: Quando o ano já começa no perrengue

“Tenho uma história que é até divertida. Não foi num casamento e sim num Réveillon (na verdade em dois Réveillons no Portobello, em Mangaratiba). No primeiro ano que eu toquei lá, quando chegou o horário de termino – umas 4h da manhã, que é até cedo para festas de Réveillon – a pista ainda estava cheia e depois do coro de “Eu não vou embora!”, a galera começou a se exaltar e mandar um “Ei DJ, vai tomar no c*!”. Não teve nada além do coro, mas esse ano foi tenso. No ano seguinte, de novo às 4h da manhã, ao termino do evento, a pista nem mandou mais o “Eu não vou embora!”, já partiram direto pro “Ei, DJ, vai tomar no c*!”, só que, nesse ano, foi diferente do anterior, foi mais no clima de zoação”. Relata o DJ Taw, da Rastropop.

Quem também me contou uma história muito divertida, e até um pouco parecida com meu Réveillon na ilha de Angra dos Reis, foi o DJ Kahl. Ele também foi fazer uma festa de Réveillon no bar de uma ilha de Angra e por acaso decidiu levar umas caixinhas de som novas, que tinha acabado de comprar, para reforçar o som da festa. Chegando na ilha, descobriu que a empresa de som que atendia o bar não havia sido contratada para o Réveillon. A solução foi usar as suas novas caixinhas de som. Até aí, tudo bem! Elas eram longe do ideal, mas salvaram a festa! Depois de montar o som, hora do banho para ficar pronto para a grande noite da virada. Mas não havia chuveiro na ilha. O que fazer? Kahl teve que tomar banho com garrafas de água mineral. No meio da festa, o dono do bar pediu para o DJ anunciar alguma coisa do bar no microfone. Aí o tempo fechou! Kahl não falou, o clima esquentou e a festa seguiu naquele clima ruim. No final, todos os barcos foram embora! Na ilha, só ficou o DJ, o dono do bar e o seu barco. E aí, como o DJ fez para embarcar no barco do cara depois do climão?

As festas de Réveillon são repletas de histórias hilárias. O DJ Alexandre Cappelli me contou sobre as festas no Porcão Rio’s, para cerca de 2 mil pessoas. Ele tocava em cima de um palco e o dono do local não é muito alto. Depois dos fogos, som na caixa e muito champanhe, mas as festas precisavam terminar às 2h da manhã porque o restaurante abria para almoço no dia seguinte. A equipe que trabalhava no Réveillon era a mesma e precisava descansar. Cappelli sentia uma mão puxando a bainha da sua calça e tentava seguir um pouco mais com a pista agitada. Como acabar uma festa de Réveillon assim? Aí os convidados resmungavam, reclamavam e voltavam pra casa. Só que alguns casais esqueceram de pegar os filhos na área kids e só lembravam quando chegavam em casa. Teve um ano que quatro crianças foram esquecidas. As mães voltavam chorando, desesperadas e abraçavam os filhos com o maior sentimento de culpa.

O que os DJs, especialistas em animar pistas de dança, tem a dizer sobre finais de festas felizes

“Fiz uma festa em Joinville, aonde aprovaram uma Lei Municipal que determinava o final de todas as festas até 05h da manhã. Nesse horário, a festa estava agitada! A família foi comunicada da nova Lei e não deram muita importância. Segue o baile! Só que o Ministério Público entrou na festa com a Polícia e a solução que eles encontraram para encerrar a festa foi levar o DJ preso! Se a gente levar o DJ embora, a festa acaba… e assim foi feito! Na entrada no carro, a família conseguiu me liberar.” Destaca o DJ Roberto Rego.

“Teve outra Santa Catarina, na residência de uma família, aonde montaram uma super tenda. Por volta das 10h da manhã acabou o óleo do gerador. Como não tinha música, todos que estavam presentes foram parar na padaria próxima e compraram muitos pães, queijo e presunto, afinal de contas todos estavam famintos.” completa Roberto Rego.

Foi para fugir de situações embaraçosas dos final das festas que Roberto Rego criou a foto dos “Heróis da Resistência”, que hoje virou moda em todo país. Faltando 15/20 minutos para o final do horário do contrato, ele reúne noivos, pais e todos os convidados na pista e faz a foto. “Eu ganho um lastro de 15/20 minutos para atender todos os últimos pedidos, ou a dança do casal ou até a saideira! É o meu grand finale!”.

Não posso esquecer de uma festa no interior do Paraná que o salão do clube precisava encerrar com limite de horário porque servia almoço no domingo, com a mesma equipe. Um dos amigos do casal era DJ e tinha um som incrível no carro. Ele parou o carro na porta do buffet, abriu a mala e soltou o funk! Todo mundo que estava na festa saiu para dançar na rua. Até a Polícia chegar! Foi muito bacana!”

“São muitas histórias e lembranças, mas teve um casamento que a noiva era médica e algum convidado deu um Boa-noite, Cinderela (mistura formado por bebida alcoólica e um ou mais alcaloides) no noivo. Era pra festa ir até o dia raiar e lá pelas 02h da manhã tiveram que levar o noivo de ambulância para o hospital. A noiva, como médica, acompanhou seu marido e a festa acabou. Foi muito desagradável”. Finaliza o DJ Roberto Rego. 

Para encerrar, uma história que o Roberto me contou emocionado:

“Sobre grand finale, eu tive uma noiva chamada Marina e na reunião o pai comentou que adorava cantar Sá Marina do Wilson Simonal para ela. No finalzinho da festa eu lembrei da dica do pai. Peguei o microfone e falei: “Hoje eu não posso terminar essa festa sem tocar uma música especial”. Até emociono lembrando! É a força da música, do trabalho de um DJ. Essa música pra qualquer outra pessoa não representa nada, mas para aquele pai e aquela filha, foi um momento emocionante”.

O poder da música

Eu também já participei de momentos assim, muito especiais. Lembro da festa de casamento da Eliza e do Cristiano, na Hípica. Na véspera do casamento o pai da noiva me ligou e pediu uma reunião presencial. Fui até a casa dele e sua emoção estava nítida ao me fazer um pedido. Ele me pediu pra tocar a música “My heart belongs to daddy”, da Marilyn Monroe, que era especial pata ele e a filha. Eu prometi tocar no final da festa, no momento ideal. No final da festa, ele ficou andando de um lado pro outro, muito ansioso. Teve uma hora que eu fiz um sinal pra ele e soltei a música, sem avisar a ninguém. Elisa se assustou, sorriu e parou de dançar, reconhecendo a música. Seu pai entrou na pista, pegou a mão dela e dançaram emocionados. Em volta deles se abriu uma grande roda com os convidados de mãos dadas. Foi um momento mágico!

Curtiu as histórias? Espero que a sua festa de casamento aconteça cheia de histórias maravilhosas e que você nos conte todos os detalhes em breve. Muitas felicidades!

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André Werneck

André Werneck

André Werneck, DJ profissional há mais de 30 anos, especializado em festas de casamento inesquecíveis. É o primeiro DJ do país a comandar dois programas de rádio, no mesmo dia, no mesmo horário, em duas rádios diferentes. Todo sábado, às 21 h, André comanda o programa Festa na Rádio Amil Paradiso FM (95.7) fazendo uma mistura diferente com músicas de todas as décadas. Na Rádio Mix (102.1), comanda o Club Mix, com muita música eletrônica e transmissão para mais de 47 cidades do país.