Nenhum final da Pandemia muita coisa será diferente. Será um momento especial para extravasar e comemorar a vida com muita alegria.
2020 foi um ano que deu vontade de jogar na pista de dança para dançar e esquecer os problemas. E quando as pessoas estão passando por momentos difíceis assim, elas procuram uma música mais leve e alegre, com clima de festa para ajudar a esquecer dos problemas. A música Disco é o melhor exemplo. Já foi assim na década de 70 e ao que tudo indica mais uma vez será assim. Mas, para explicar melhor tudo isso a gente precisa falar um pouco sobre outra pandemia.
A gripe espanhola foi uma pandemia mortal do vírus influenza que surgiu em janeiro de 1918 e terminou em dezembro de 1920, infectando cerca de 500 milhões de pessoas. Ou seja, cerca de um quarto da população mundial na época. Mas a pandemia foi especialmente cruel com o Rio de Janeiro e matou pelo menos 15 mil pessoas. A pandemia foi embora quase como chegou, do nada. No final de 1918, boa parte da população havia criado contra o vírus. No início de 1919 a ficha caiu e os cariocas choraram os mortos e tentaram voltar a viver. No dia 1º de março o Carnavaliu nos salões da cidade. O fim da Primeira Guera (1914-1918) também previu a criação de um clima ainda mais especial. Houve uma liberação de energia como nunca antes havia acontecido e foi o melhor Carnaval de todos os tempos! Ainda não existiam como escolas de samba, mas havia blocos, cordões e carros alegóricos decorados por grandes artistas. As músicas desse Carnaval eram uma sátira à gripe espanhola e à morte. “Quem não morreu da espanhola, quem dela conseguiu escapar, toca a rir, toca a brincar”. A festa foi animada por muitos pierrôs, arlequins e colombinas, além de muito confete e lança perfume.
Agora vamos falar da pandemia atual, que começou em março de 2020. Eu sempre digo que a música é o melhor reflexo do que está acontecendo no mundo. A pandemia trouxe o lockdown e o lockdown trouxe lembranças do passado, o que desencadeou uma grande onda de nostalgia. Como playlists do Spotify foram dominadas por músicas antigas, que levavam conforto e boas lembranças para seus ouvintes. As pistas de dança foram fechadas e o som eletrônico desacelerou para ficar menos pulsante e mais chillout . Um dos grandes sucessos de 2020 foi “ILY (I Love You Baby)” do Surf Mesa, uma regravação de um grande sucesso do passado que ganhou uma versão mais “lounge”. A música Dance mudou.
No início dos anos 80 surgiu a AIDS e muitas pessoas também queriam se jogar na pista de dança para esquecer os problemas. A música Disco ganhou uma versão supereletrônica que levava o público gay à loucura nos pistas. Essa música fez muito sucesso nos clubs de São Francisco e foi batizada de Hi-Energy. Uma era da dance music envolvente e profissional como pessoas esquecerem do perigo.
Nenhum final de 2019 criará uma sugestão de músicas que traziam um revival da música disco. Não sei se foi apenas uma onda nostálgica ou se já era uma premonição do que viria pela frente porque ninguém falava em Covid-19 quando “Don’t Start Now” da Dua Lipa foi lançada e Purple Disco Machine (nome artístico do produtor alemão Tino Piontek) começou a fazer o sucesso de verdade. Outra artista que merece destaque é a cantora inglesa Jessie Ware que lançamento do álbum “What’s Your Pleasure?”. Vale muito a pena ouvir a faixa homônima e também “Mirage (Don’t Stop)”. Da Alemanha, o produtor Phil Fudner também embarcou nessa onda e lançou um super dançante “Take Me”, certamente inspirada em grandes sucessos da Salsoul Records. Detalhe importante, todas essas gravações aconteceram antes da pandemia.
No dia 11 de março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou início da pandemia de Covid-19. No mesmo dia, o museu do Brooklyn marcou uma festa para comemorar a abertura da exposição do Studio 54, a discoteca mais famosa do mundo. Mas as notícias sobre a Covid-19 ganharam o mundo e os museus e pistas de dança foram fechados. Curiosamente, 2020 acabou sendo o ano do ressurgimento da música Disco.
A música de Dua Lipa explodiu e acabou puxando outros hits no Hot 100 da Billboard, a parada musical mais importante do mundo da música. É a história da cauda do cometa. Justin Timberlake e SZA fizeram sucesso com “The Other Side” e nenhum clipe apareceu dançando dentro de um globo espelhado, ou disco ball. Essa música faz parte da trilha de Trolls, da dreamWorks e Justin também canta um remake de “September”, um dos hinos da música Disco, lançada em 1978 pela super banda Earth, Wind & Fire. Doja Cat emplacou “Say So” na 1ª posição das paradas com uma levada no melhor estilo Chic e viralizou no Tik Tok. Os sintetizadores de “Stupid Love” da Lady Gaga fazem a gente lembrar de “I Feel Love” da Donna Summer, que foi regravada por Sam Smith no finalzinho de 2019. Em novembro de 2020, a cantora Kylie Minogue lançou um álbum intitulado Disco e no último dia do ano, lanç uma nova versão da música “Real Groove”, gravada em parceria com Dua Lipa, que ganhou o subtítulo do Studio 2054 Remix. Esse foi o nome da Live que ele promeveu em novembro, que apareceu com fontes ilustres, como Kylie Minogue. Os ingressos do streaming dessa Live custaram US $ 18,50 (dezoito dólares e cinquenta centavos) cada. Segundo a assessoria da artista, foram mais de 5 milhões de visualizações no mundo.
A música Disco nunca morreu totalmente e o enorme sucesso de “Get Lucky” do Daft Punk está aí para provar. Infelizmente agora em fevereiro eles anunciaram o fim da dupla, depois de 28 anos e músicas incríveis. Será mesmo? Vamos aguardar. Outro grande sucesso Disco é “Rain On Me” de Ariana Grande e Lady Gaga. E mais uma vez, o remix do Purple Disco Machine fez a diferença. O DNA da disco music está presente em muitos estilos da música moderna, seja dance music, house, hip hop e até country.
Em agosto de 2020, o grupo sul-coreano lançamentos BTS “Dynamite”, uma música com muitos elementos de disco music. Eles também exploraram a dança e as roupas da época no videoclipe. Calças boca de sino, camisas com muitos brilhos e jaquetas vintage no melhor estilo das discotecas. A música “Dynamite” explodiu nas paradas da Coréia do Sul e também do planeta, conquistando a primeira posição no Top 50 Global do Spotify, o principal serviço de streaming do mundo. O videoclipe ultrapassou 100 milhões de visualizações no YouTube em pouco mais de 24 horas. Um recorde! Nos Estados Unidos, bateu a 1ª posição na parada Hot 100 da Billboard e permaneceu por três semanas consecutivas no topo.
Também da Coréia do Sul, o cantor Park Jin-young estourou com uma música “When We Disco”, que como o nome já diz é toda inspirada no ritmo Disco. A febre da disco music invadiu a Ásia Oriental.
Mas essa onda começou longe da Coréia e a consagração veio com o segundo álbum da estrela inglesa Dua Lipa. “Future Nostalgia” é um dos melhores trabalhos contemporâneos dos últimos tempos e levou o premiado produtor Mark Ronson a dizer que “Dançar ajuda, nem que seja na cozinha”, ao comentar sobre o sucesso da nova onda de disco music. Juntamente com Diplo, eles acabam de lançar “New Love” a segunda música do projeto Silk City, dessa vez com vocal da Ellie Goulding. É a mais pura música disco.
Mas o que aconteceu de tão importante nos anos 70 para a disco music virar esse fenômeno?
A Disco foi o gênero de dance music que varreu o mundo nos anos 1970. Suas batidas fortes e o ritmo contagiante viraram uma trilha sonora ideal para pistas de dança. Aí veio o filme Saturday Night Fever and explodiu tudo! Era a centelha que faltava para virar um fenômeno musical mundial. Guardadas as proporções, foi o mesmo caso de “Despacito” quando o reggaeton explodiu no mundo.
Na década de 1970, os Estados Unidos enfrentavam uma forte recessão causada pela Guerra do Vietnã e duas crises do petróleo. Isso se assemelha às dificuldades que estamos vivendo atualmente por causa do Covid-19. E aí, como já disse antes, a música é um reflexo do que está acontecendo no mundo. Quanto tempo a música vai continuar assim, no centro das atenções? Isso eu não sei … a mídia e as redes sociais fazem as coisas mudarem muito rápido e isso pode significar que o revival da música disco seja uma moda passageira. Tomara que não! Mas se como música continuarem a fazer sucesso e sendo lançadas mesmo depois da pandemia, certamente será o gênero musical que marcou a era do coronavirus. Além disso, essas novas músicas que estão sendo lançadas parecem agradar a geração mais velha e ao mesmo tempo agradam e soam fresh para a geração mais jovem, que usa as danças para bombar no Tik Tok.
Eu termino esse longo texto com uma dica musical. Procure ouvir uma cantora chamada Victoria Monét. Além de cantora, ela é uma compositora de sucesso e escreveu canções para artistas como Ariana Grande e Fifth Harmony. Eu gosto muito da música “Experience” em parceria com Khalid e SG Lewis que faz parte do álbum Jaguar, lançado em 2020. Uma música moderna, envolvente e com influênicas retrô. Assista o videoclipe, é muito bom! Ela também é um DJ da pista de patinação. O link está abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=sJGSU0nXd-w (videoclipe)
Para você ficar ainda mais feliz e poder ouvir todas essas músicas, eu gravei um novo episódio do meu Podcast especialmente para vocês, chamado The New Disco.
Confere lá!
Quem tem aparelhos Apple e usa IOS pode ouvir no iTunes-Apple Podcast, digitando Andre Werneck 173 (episódio 173 do meu Podcast). Quem é usuário de Android pode ouvir diretamente no meu servidor, clicando no link aqui:
Agora é só aumentar o volume e dançar muito!
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