O serviço de bar nos casamentos é essencial. Conheça alguns dos drinks mais famosos para a incluir no cardápio da celebração.
Texto Renata Rodrigues
Ao pensar em festa de casamento, uma das tendências que veio para ficar é o serviço de bar integrado à pista de dança. Em live especial, Fabiano Niederauer conversou com Maurício Moser, sócio e proprietário da Brother’s Bar, uma empresa que atua há 15 anos como coquetelaria de luxo para eventos sociais. Eles estão presentes em muitas das celebrações mais famosas do país, além de prestarem serviço para casamentos e demais ocasiões.
Buscando sempre atender com qualidade e excelência, Maurício revela que a experiência do cliente é um dos pilares da empresa. “Na minha concepção, o alto padrão e o luxo é feito dos detalhes. Pensando que a gente atua num mercado de entrega de sonhos, (…) a gente tem uma preocupação de ser um bar que funcione na festa”.
Na hora de montar a carta de drinks do casamento, o importante é proporcionar uma sensação diferenciada no paladar do cliente, mesmo com os drinks mais famosos como a Gin Tônica. Para isso, eles apostam em construir combinações harmônicas que equilibrem aroma e sabor, com o perfil dos convidados. Se despertou sua curiosidade, confira abaixo a entrevista completa!
Inesquecível Casamentos: A Brother’s Bar tem 15 anos. Hoje, você é um empresário mas começou como bartender, estudou, fez cursos… Nos últimos anos, cresceu muito a necessidade de bar em casamentos, antigamente só os grandes casamentos tinham a empresa de bar como um serviço fora do casamento, e hoje é uma atração imprescindível. Por onde vocês começaram? Me fala um pouco do início da Brother’s Bar e da necessidade de estudar e se profissionalizar como empresário.
Maurício Mozer: A Brother’s Bar tem 15 anos, tenho um sócio que é o André [Lizot], que é meu brother, não um irmão de sangue, de consideração, mas que eu escolhi para essa jornada. Nesses 15 anos de empresa, a gente vem numa constante evolução. Assim como o mercado evoluiu e a demanda de mercado evoluiu, hoje é impensável um casamento bacana e de alto padrão sem um bar legal, sem bons drinks e drinks de moda. Até porque os drinks ganharam muito destaque no cenário da festa. Hoje, por opção, as pessoas deixam de tomar champagne na festa de casamento para tomar bons drinks no bar. Isso é muito legal (…). Atuei como bartender, fiz muito drink atrás do balcão há 10, 15 anos, lá no início. Mas hoje em dia eu continuo me aprimorando e estudando – até porquê eu assino a mixologia para grandes marcas da indústria de bebidas, tem grandes projetos que a gente faz, não só esses projetos dos casamentos incríveis, muitos publicados pela IC –, mas a gente também atua com marketing de grandes indústrias de bebidas das marcas premium internacionais. E isso é legal porque nos traz o know-how e a expertise de algo que é da vanguarda mundial de bebidas que a gente pode também transferir para uma festa de casamento.
A necessidade do bar nas festas de casamento cresceu muito, tem sido grandes produções. Primeiro de tudo, é legal definir antes a quantidade de drinks por várias questões como custo e logística. Fala sobre quantidade de opções de drinks e o porquê.
Maurício: Os drinks têm que ser assertivos para uma festa de casamento. O convidado não quer perder muito tempo no bar escolhendo entre 20 coquetéis. A gente se baseia naqueles que já são os hits, como Gin Tônica, os queridinhos da galera. Mas claro, sem deixar de lado também os drinks que são tendência ou uma personalização em relação ao casal, aos amigos, aos padrinhos. Em termos de variedade, acho que um cardápio de casamento, que é um evento dinâmico, se tiver mais que seis ou sete drinks começa a ficar over, começa a atrapalhar um pouco o processo de produção e a escolha. Lembrando também que quanto mais drinks você tem para serem escolhidos no bar, você necessita de mais insumos e naturalmente muitas peças e muitos materiais ficam em cima do balcão. Então, acaba poluindo um pouco o mise en place, toda aquela montagem bonita que a gente faz. (…) com certeza a gente aconselha que seja uma carta mais enxuta porém abrangendo diferentes gostos de público e também essa história, dos drinks que são os hits e dos drinks que são os queridos da história daquele casal.
Quando a gente atende um cliente, nós fazemos geralmente uma degustação em sala fechada, ponderamos a necessidade de um drink bitter, exemplo um Negroni que é um drink mais específico, se eles tem amigos que gostam, se faz sentido colocar na festa ou não. A carta é escrita após a degustação, a seis mãos: entre o casal e ou eu ou o consultor que está presente na degustação. Mais do que uma venda, a gente faz uma consultoria com o cliente. Nossa intenção é que o bar funcione muito bem na festa, mesmo com uma demanda alta de pedidos, que o ele fique com um aspecto bonito e sem muita poluição visual, realmente elegante. Tudo isso é importante para que nós coloquemos também essas ponderações de acordo com a expertise da empresa e que possamos construir a carta juntos.
Sobre construir a carta juntos, lógico que existem os drinks tradicionais que não podem faltar. Quais são os drinks que não podem faltar?
Maurício: Primeiro o Gin, o Gin tá em alta mas foi uma tendência mundial. O estouro da Gin Tônica, apesar de ser uma bebida tradicional inglesa, se deu muito na Espanha. Há seis ou sete anos, na Espanha, já tinham esses bares de Gin Tônica e já eram uma febre. Começou a chegar no Brasil há mais ou menos uns cinco anos, através dessas festas de pessoas com um maior alto padrão, das pessoas que viajam e que os amigos traziam essa concepção. Depois disso, o Gin Tônica também se pulverizou pelos estabelecimentos, pelos bares de São Paulo e continua super em voga. No caso, o Gin Tônica é legal porque o Gin + a Tônica, que é uma bebida refrescante e um pouco mais seca, que ele não empapuça, mesmo que você tome a noite inteira. E isso faz bastante sentido para um casamento, porque é um evento que tem gastronomia, tem um jantar ou um almoço, então não pode ser um drink muito pesado harmonizando com isso. O Gin Tônica é muito alongado, então ao mesmo tempo que você toma ele, você se hidrata, enquanto dança na pista. A proporção de Gin para Tônica que utilizamos hoje é algo muito fair play [jogo justo] para o convidado. Enquanto ele toma Gin ele se obriga a tomar Tônica, que hidrata, que tem açúcar e que vai fazer ele não ‘queimar a largada’ na festa. Acho que é um drink que não é simplesmente de moda, que veio pra ficar. E a partir daí, nós criamos variações a respeito do Gin Tônica muito baseados no que são os herbais dos rótulos, porque o Gin é uma bebida que é muito complexa e perfumada. Cada rótulo de Gin carrega uma quantidade de botânicos diferentes, que também harmonizam com certo condimento que você coloca no drink. Nem todo rótulo de Gin combina com pepino ou com limão siciliano, por exemplo.
O Gin pelo que eu sei, o tradicional, é Gin, Tônica, gelo e limão, mas existem temperos né?
Maurício: Sim. E nisso, a gente aposta também no seguinte, claro que virou uma moda, todo mundo adora aquelas caixas de especiarias em cima do bar, ajuda a decorar, mas a gente também faz um trabalho muito forte em receitas prontas de Gin Tônica que nós já colocamos uma harmonização correta no cardápio para a pessoa não se obrigar com aquele processo ‘spoleto’ (…). A gente tem essas caixinhas com condimentos, geralmente levamos uma caixinha com umas 12 sementes diferentes, deixamos a disposição daquele convidado que realmente já tem aquele apreço pelo drink e já sabe uma receita própria para que ele possa ter essa ferramenta também, mas geralmente a gente já abre uma aba no cardápio de GTs que seriam de repente um pouco mais adocicado ou um pouco mais cítrico para atender diferentes gostos de público, com uma harmonização completa, (…) nós não estimulamos isso (…). Percebo que num casamento as pessoas querem ser surpreendidas com algo muito bom, elas querem a sugestão, não querem ficar pensando muito (…). A gente aposta na ideia de fazer da melhor maneira possível. Se o cara vai tomar um Aperol Spritz num bar da Brother’s num casamento, a nossa proposta é que seja um dos melhores Aperol Spritz que ele já tomou na vida. É importante se fixar nisso. Isso também não tira a possibilidade, e as vezes a necessidade, de pontuarmos com drinks que são mais específicos ou drinks que são criações próprias. Os convidados vão descobrindo na festa, um convidado faz propaganda para o outro e a coisa se propaga de uma maneira muito legal. Tem drinks com Whisky – que nem a gente sugere muito Gold Rush, que é com Whisky, limão siciliano e mel, que é um drink perfumado, cítrico, mais adocicado – e de repente, ninguém ou pouca gente conhecia e vira febre na festa pela propaganda de um com o outro (…). De repente até as mulheres estão tomando um drink de Whisky. Isso também é muito bem-vindo.
Existe isso de bebida da mulher e a bebida do homem?
Maurício: Não tem. Hoje se a gente falar que tem o drink da menina e o drink do menino a gente vai falar de sexismo em relação a isso (…). Mas, o paladar é uma construção e isso também remete a algo que é fisiológico, existem diferenças entre homens e mulheres que são fisiológicas, isso é notório (…). É comum que os homens gostem de drinks mais espirituosos, daí apostamos em drinks com whisky, com conhaque ou então até um bitter ou negroni, algo nesse sentido. E as mulheres vão para um drink mais leve, mais adocicado… Ou nem adocicado, a mulherada que já está acostumada a tomar vinhos, que tem taninos, pode tomar um drink que seja mais amargo ou mais seco, como o próprio Gin Tônica. Tudo é construção de paladar. O mesmo paladar que você constrói para gastronomia no decorrer da sua vida você constrói também para drinks. E o legal dos drinks é que cada um tem um sentido. Antigamente se faziam caipirinhas (…), agora drinks,. E hoje você tem drinks de diferentes sabores, de diferentes sabores, de diferentes sensações gustativas…
Hoje ainda é legal ter caipirinha no casamento?
Maurício: Não diria que é ilegal ou proibido. A tendência hoje aponta muito mais para esses drinks, até por uma construção de paladar do brasileiro (…), você vê que todo mundo está muito acostumado com os drinks e passou a adorar os drinks. Mesmo uma festa sem caipirinha nenhuma e com drinks já faz sucesso. A caipirinha, as vezes, é uma carta na manga para você atender alguém que ainda não tem essa nova cultura de drinks, que ainda não desenvolveu paladar para isso. Não que seja proibido, mas acho que estão entrando muito mais em desuso, até pela montagem que nós fazemos, aquele excesso de frutas em cima, em relação a visual, a operação disso. Eu não apostaria tanto nas caipirinhas. Agora, claro que se você tem uma festa que envolve estrangeiros, que tem uma expectativa em cima de caipirinhas, eu apostaria mais na caipirinha. Se você tem uma festa em um ambiente de praia, os drinks frutados são bem-vindos, tem contexto. É caso a caso, mas eu não acho obrigatório a presença de caipirinhas no geral, no bar de casamentos, porém também não acho nada de mal termos lá uma ou no máximo duas opções diferentes, que sejam caipirinhas, mas também com uma possibilidade de algo mais elegante, menos clichê sabe? Uma caipirinha com mais jeitão de drink, num copo longo, já com algum condimento, com um tchã a mais. Aquela caipirinha que se fazia antigamente (…), isso ficou uns cinco ou seis anos para trás.
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Pergunta do seguidor: quantas caipirinhas você sugere quando o cliente faz questão de ter a caipirinha no cardápio?
Maurício: Aí é o cliente que manda. Eu não posso falar para o cliente o que é exatamente importante para a festa dele (…). Eu tenho que ter um entendimento. Eu tenho uma expertise e isso também o cliente quando me contrata, ele não está contratando só a entrega de uma festa linda, mas ele está contratando o que está por trás disso também. O nosso valor agregado é em cima do nosso histórico, da nossa expertise… Mas também, vontade é algo muito pessoal. É como falei, mal não faz, não é proibido, mas também não é algo que se for da minha alçada, que eu recomende que se tenham várias. E isso também caso a caso. Em um caso específico que ele vai casar na praia e tem lá muitos gringos na festa, eu vou falar para dar uma carregadinha maior nas caipirinhas, botar um Clericot que faz sentido… A gente serve num filtro de cristal no bar, faz uma guarnição bonita de frutas, tem todo o sentido. Agora, numa carta inicial, com o cliente vindo do zero, eu não colocaria mais do que duas caipirinhas – sem que ele venha com esse pedido em específico.
Para facilitar o nosso caminho, o ideal é que tenha de seis a sete drinks na carta. Me fala cinco nomes de drinks que se você sugeriria para um casamento hoje? Fala o nome e o que compõe o drink.
Maurício: Nós temos aquela trilogia dos queridinhos, dos mais antigos que vieram, ficaram e permanecem, então o Gin Tônica com suas variações; o Aperol Spritz é bem-vindo, porque ele é refrescante, na verdade foi o primeiro drink de moda no Brasil e ele tem um tom um pouco mais bitter, mais amargo de fundo. É engraçado que o Aperol Spritz permanece até hoje pelo seguinte: no início, as pessoas que trouxeram, tomavam, mas muita gente tomava sem amar o drink, porque é era um drink de moda, que veio da Itália, e tinha uma cor diferente (…). Então, chegava a mulher e pegava aquele drink bonito, laranja, numa taça bonita e tomava, ela não esperava que fosse um drink com um fundinho amargo. Então ficava naquela dúvida de será que não peguei o drink errado? (…). O Moscow Mule, que também é um drink com um histórico bem legal (…). Ele é um drink a base de vodka, tradicional, e ele sai principalmente no início de festa. Como ele é um drink um pouco mais adocicado que um Gin Tônica, ninguém tomaria dez Moscow Mule, senão você começa a empapuçar, é um drink que no início de festa talvez saia tanto quanto ou até mais que o Gin Tônica. É muito legal, as vezes fazermos um receptivo com o Moscow Mule, então a gente tem até umas entradas especiais, com chaleira fumegante, e fazemos isso de forma volante. Nesse momento ele sai demais. Depois ele vai se apagando para o meio da festa e a pista permanece regada a Gin Tônica.
Falei três, mais um bitter só que é um pouquinho mais amargo ainda, o Negroni. Porque o Negroni já entrou no paladar de muita gente, até de várias mulheres, da construção do paladar como foi falado. Que é feito de Gin, com Vermute e Campari, e o Campari dá esse amargor para a bebida. A gente tem feito um paliativo também muito legal para o Negroni chamado ‘Negroni Tônica’, então é a versão do Negroni porém ela com Tônica em um copo longo, isso torna o drink mais adequado à pista, a gente adicionou aquele antídoto que é a Tônica. Gosto muito de pontuar um drink para algo mais diferente para descoberta na festa, que é o Gold Rush, que é com wisky, limão siciliano e mel, que é um drink que, mesmo sendo um drink de whisky, a gente percebe que tem uma aceitação grande até entre as mulheres (…). E de repente um drink mais frutado ou uma caipirinha, ou um Clericot, ou um drink leve de pista que nós aplicamos muito. Esse último drink, algo mais levezinho. Falamos então do Moscow Mule, Aperol Spritz, Gin Tônica, Gold Rush e um mais leve. (…) As caipirinhas, a gente pondera não uma variedade muito grande de frutas. Como nós temos outros drinks nesse mol, que são drinks cítricos, uma caipirinha que eu gosto muito de sugerir nas nossas cartas é de uva vitória, uma uva que parece uma jabuticaba, bem docinha e sem semente, com manjericão. Aí como não é um drink cítrico, dá para dar uma balanceada na carta.
Temos uma crescente da atração dos bares nos casamentos. Você não vem de commodities, você vem de experiências. O quanto você se preocupa com a questão da experiência? O que é perceptível para na Brother’s Bar para as pessoas? O que você quer mostrar de diferente?
Maurício: Na minha concepção, o alto padrão e o luxo é feito dos detalhes. Pensando que a gente atua num mercado de entrega de sonhos, quem está do outro lado – um noivo, uma noiva, a família – tem uma expectativa que as vezes é na lua. Em 15 anos que a gente atua nesse mercado, com casamentos lindíssimos, casamentos de alto investimento no geral também, muitos deles publicados pela Inesquecível Casamentos, a gente tem uma reputação que é das melhores. Acho que é através de muito trabalho, da expertise que a gente conquistou e em relação ao bar, a gente tem uma preocupação de ser um bar que funciona na festa. Não queremos ser o bar da rede social, da foto bonita, simplesmente. Acho que isso é importante para o nosso marketing, mas não adiantaria bater uma foto de um bar lindo no início da festa e depois vira um pandemônio, quem tá na festa não consegue se servir, porque tem fila ou o drink não sai como o esperado… A rede social ou então uma simples foto, um vídeo produzido fora de um ambiente real gera um impacto muito bom no consumidor mas não é o suficiente para manter uma empresa há tanto tempo bem falada, com um público desse que é de alta expectativa.
Nossa primeira preocupação é ter um bar que funcione. Não tem nada pior do que o cara falar que foi numa festa que tinha um cardápio incrível, os drinks estavam ótimos mas que ele perdeu a metade da festa na fila do bar. As coisas são interligadas, não adianta colocar atrás do bar um barman premiado e fazer uma montagem pobre. A decoração do casamento é uma decoração que é riquíssima, então o bar tem que acompanhar isso. A nossa empresa, e outras empresas de alto padrão, que já estão aí há muito tempo no mercado, tem essa capacidade de entregar tudo isso junto. A gente entende a necessidade desse conjunto de coisas. Desde a escolha da carta de drinks feita com o cliente, nos preocupamos na escolha de drinks que sejam factíveis na festa. (…). A gente tem esse trabalho muito forte nos bastidores, nas escolhas, no respaldo da empresa, no treinamento da equipe e até também na instalação dos móveis, no momento em que a gente faz a produção, o alinhamento da festa junto com o decorador, para saber se aquele móvel fornecido para o nós trabalharmos é adequado para um serviço funcional, se cabem todos os barman’s. O que a gente faz, pode parecer simples, mas tem toda uma ciência, toda uma expertise necessária para ser entregue em alto padrão. Porque o evento, é feito de eventualidades. A gente vai preparado para um consumo, de repente o consumo é duas ou três vezes maior do que estamos preparados. Temos que ter bebida para reabastecer, precisamos ter um plano B para o bar dar vazão, temos que nos preparar para tudo isso. E graças a Deus, temos isso em mente. Eu não venderia para o cliente algo impossível de entregar simplesmente porque é a vontade dele. Já perdi muita venda por esse excesso de sinceridade, porque eu preferia não fechar o negócio que desapontar a expectativa do cliente lá na frente. E isso é a diferença do que a gente faz. A gente faz com seriedade, é a nossa profissão, somos altamente especializados nisso. Sei que hoje tem excelentes buffets que também oferecem esse serviço, mas no meu entendimento, cada empresa tem a sua expertise. Hoje somos responsável pela saída de grande parte da bebida da festa, não só dos drinks. O bar também fica abastecido das outras bebidas de circulação, o bar sofre um impacto absurdo de serviço, de procura. As vezes, até um buffet com um serviço que é deficitário, mal escolhido pelo cliente, impacta no nosso desempenho no bar. (…) a gente vai preparado para todas essas eventualidades. Graças a Deus a gente tem não só o know-how para atender mesmo nessas eventualidades mas também temos estrutura para isso. Tenho reposição de material 24h. (…) [é importante] o cliente contratar boas empresas e empresas que tenham isso a disposição é uma blindagem para ele próprio na festa. Porque se acontecer alguma eventualidade, a empresa está pronta para resolver.
Falando nesse diferencial, me atentei no que você falou em relação de buffet. Pode acontecer algum problema na interação dos serviços. Como você se prepara para os imprevistos? Quais são tipos de pepino que podem acontecer e que vocês acabam ajudando por conta do seu comprometimento?
Maurício: A gente tem alguns cases. Uma vez na praia, no litoral Norte, a gente acabou mandando umas garrafas de espumante em consignação para o cliente e mandamos com o nosso carro para ajudar, era uma festa para 300 convidados e o buffet serviu quinze garrafas. O bar explodiu de consumo, os barmans não conseguiram se revezar para jantar… Demos conta, a bebida deu até o final mesmo sendo uma eventualidade.
É uma situação arriscada pois até o seu serviço fica comprometido, né?
Maurício: Claro, porque as coisas são interligadas. A partir do momento que o bar absorveu uma parte do que era feito pelo buffet, que é de circular bebidas, naturalmente o buffet trabalha mais tranquilo em outras funções. Tem que existir essa interação entre as duas empresas. Também é importante que o cliente entenda que o buffet também tem as ponderações em relação ao bar. Exemplo, quando os profissionais do bar não fazem recolha de copo, isso também atrapalha o serviço do buffet. Qualquer um dos dois lados que for mal feito, com certeza atrapalha o trabalho do outro e implica numa entrega melhor ou pior da outra empresa. Não é em defesa dos bares, e pelo amor de Deus, os buffets tem um serviço incrível também, conheço e tenho amizade e parceria com vários deles, mas tem algumas ponderações que quando, infelizmente, a gente pega um buffet, que assim como bares, tem empresas com menos expertise, ou menos comprometimento, ou empresas que de repente não estão a altura daquela festa para qual foram contratadas, a gente sofre junto. Então é completamente interligado. Você falou do DJ e do bar, a pista e o bar hoje é o pulmão e o coração da festa. Não é atoa que cada vez mais os decoradores desenham o bar no meio, no pé da pista. O bar é o epicentro da festa.
Hoje em dia na verdade, nem se fala mais em onde vai ficar o bar, já sabem que o bar vem junto com o DJ e a pista de dança, né? Aí coloca essa trilogia nesse lugar aqui.
Maurício: É, acaba virando um kit.
Fora casamentos, 15 anos, formaturas e festas corporativas, vocês também fazem um trabalho muito legal de ativação de marcas. Como isso também é importante para a tua empresa? Para você até mostrar para o mercado que você é escolhido por essas marcas para ativar e também para as pessoas experimentarem a qualidade das suas bebidas.
Maurício: É muito legal pois, historicamente, desde 2009 ou 2010, a gente começou a atender também a esse nicho, que é de indústrias, de multinacionais, das marcas de bebida, são conglomerados dessas maras conhecidas e marcas de alto padrão, e elas passaram a nos contratar com frequência para os seus projetos especiais de marketing e de eventos. Então, você imagina que uma marca como a Macallan Whisky vai fazer um mentoring para poucos prospectos, daí contratam a Brother’s Bar para operacionalizar tudo isso, para que os nossos barmans estejam vestidos pela marca, para que a gente crie os drinks receptivos. A gente é a Brother’s vestido dessa marca nos eventos oficiais deles. E muito legal, porque desde 2009 a gente atua basicamente nas marcas premium das indústrias. Dado ao que se propõe o nosso serviço, nós acabamos não atingindo essas marcas de grande público mas sim os projetos especiais de formação de opinião (…). Então, a gente recebe isso em primeira mão e isso engrandece cada vez mais o nosso conhecimento e é legal porque esse contato com essas marcas, que sãomundialmente conhecidas, também nos engrandecem e um pouco dessa expertise a gente consegue transcrever para outros eventos que realizamos.
Então, é conhecimento também a favor do cliente da festa social. O que eu já aprendi nesses eventos, nessas reuniões, com essas marcas, que a gente faz semanalmente, é algo que a gente começa a aplicar também em outros eventos nossos. (…) ao mesmo tempo, não só fazemos muitos desses eventos que são os eventos de formação de opinião, [mas também] os eventos mais importantes dessas marcas no Brasil, entre eles Baile da Vogue, AmFAR, BrazilFoundation… Tudo isso sempre posicionado num mercado de luxo, e é legal que as coisas se complementam. E ao mesmo tempo, fico muito satisfeito de participar enquanto mixologista da criação de vários dos drinks oficiais dessas marcas que são os drinks que eles lançam nos bares e restaurantes, (…) a gente faz com frequência, isso faz parte do nosso dia a dia.
E drink sem álcool, como é que são os drinks sem álcool para a Brother’s Bar?
Maurício: Os drinks sem álcool, o que é o legal, na minha opinião: quando alguém toma um drink ou um drink alcoólico, você tem a sensação diferente da presença do álcool, senão seria apenas um suco. Quando a gente se propõe a criar drink sem álcool para um público específico ou para uma festa de 15 anos, com menores de idade, a gente procura que esses drinks sejam criados com uma pegada diferente, que seria a mesma pegada produzida pela presença do álcool. Então, uma especiaria, com gengibre ou um drink que chama ‘sensação diferente’, que amorteça a boca, com um visual bacana, chamativo…. A gente tem que procurar outros artifícios, sem o álcool, mas que torne o drink interessante, senão a pessoa vai falar que é um suquinho.
O quanto foi importante para a Brother’s Bar a Inesquecível Casamentos?
Maurício: A gente sempre esteve junto nesse caminho. A Brother’s teve um crescimento muito bacana misturando a história das duas empresas. A gente já se conhece há quase dez anos, foi o início dessa parceria (…). Me surpreendeu o quanto era um veículo importante em nível nacional, que tinha uma abrangência nacional e inclusive fora do país. É com muita satisfação que a gente é parceiro da IC e vamos firmes e fortes construindo essa história juntos.
Me indica dois bares ou restaurantes que podemos tomar bons drinks em São Paulo, para quando a pandemia acabar.
Maurício: Gosto muito do SubAstor e gosto muito também do Skye. No Skye, os drinks são incríveis, o ambiente é incrível também, ali no Hotel Unique. Mas hoje, você tem muitas opções muito legais em São Paulo para tomar belos drinks. E a nossa missão é replicar isso nos casamentos, numa grande demanda, e as pessoas gostam e conseguem comparar as coisas.