Na primeira parte da matéria Roteiro dos Faraós narrei nossa viagem até a passagem do navio pela comporta de Esna, o que aconteceu antes do jantar.
Após o jantar sempre tinha alguma diversão para os turistas. Nesta noite houve uma apresentação dos núbios, tidos como o povo da mais antiga civilização negra da África com cultura e língua própria, eles tocaram seus instrumentos e dançaram para nós, foi muito interessante.
Quando amanheceu já estávamos em Edfu, então, após o café, saímos de charrete até o Templo de Hórus, achei bem divertido o passeio pelas ruas de Edfu onde muitas charretes se dirigiam ao mesmo Templo.
O Templo de Hórus, templo do deus Apolo na mitologia grega, é o templo mais bem preservado e o mais impressionante de todo o Egito. Construído entre 237 a.C e 57 a.C , foram 180 anos de edificação, contando neste período os acréscimos feitos durante o reinado do Imperador Augusto, por isso encontramos elementos arquitetônicos da Época Greco Romana como detalhes nas colunas e a cripta. Nas paredes podemos ver a história mitológica do deus Hórus.
Além das inscrições gravadas nas paredes, dos detalhes nas colunas, da estátua do guardião egípcio do falcão do templo de Hórus localizada na entrada, também não pode deixar de ser vista a barca sagrada que fica dentro do santuário, um enorme espaço, sem iluminação, apenas uma abertura pequena no teto, no centro do santuário, há um pedestal de granito com a barca sagrada de Hórus “para o repouso da imagem do deus conforme o ritual do serviço diário nos templos egípcios antigos”.
Voltamos para o navio para almoçar, enquanto, tranquilamente, o Minerva navegava pelo rio Nilo até Kom Ombo, nesta parada fomos conhecer o Templo de Sobek.
O Templo de Sobek, único templo do Egito dedicado a dois deuses, por isso é perfeitamente simétrico: de um lado, o templo é dedicado ao deus crocodilo Sobek, cabeça de crocodilo e corpo humano, o deus da fertilidade e também criador do mundo; do outro lado, dedicado ao deus Hórus, o deus do céu, do sol nascente e mediador dos mundos terreno e espiritual. O Templo de Sobek foi construído há mais de 2000 anos, por ordem de Ramsés II.
Após a parada em Kom Ombo o navio seguiu para Assuã. Chegamos à noite e foi lindo ver o navio se aproximando da cidade… aliás Assuã vista do rio Nilo é sempre bonita.
Assuã foi o última parada do nosso cruzeiro pelo rio Nilo. é uma cidade imperdível para quem vai ao Egito, tem lindas paisagens ao longo do rio Nilo, um dos mais belos templos, Templo de Philae, dedicado a deusa Ísis, a deusa do amor, a barragem de Assuã, construída em 1964, famosas lojas de especiarias e de essências, entre outras atrações.
O Templo de Ísis ou de Philae é belíssimo, além de ficar num lugar encantador, na ilha de Philae, às margens do Mar Vermelho. Conta a lenda que o rei Osíris foi assassinado por seu irmão e cortado em pedaços que foram espalhados pelo Egito. Ísis, a mulher do rei, recolheu todas os pedaços e se refugiou na ilha de Philae para reconstruir o seu amado marido Osíris.
Nosso cruzeiro chegava ao fim, sendo assim, a última noite foi a da festa egípcia, com pratos típicos no jantar, com muitos passageiros usando kaftan e adereços típicos do povo egípcio e depois a festa com música e dança, tudo registrado pelo fotógrafo do navio. Foi realmente um “grand finale”.
No dia seguinte todos desembarcaram, estávamos felizes, mas com um pinguinho de melancolia, já sentindo saudades dos dias inesquecíveis no Cruzeiro pelo rio Nilo. Quem sabe um dia voltamos!?