A cerimonialista Lela, da Lela Eventos – vencedora do Prêmio Inesquecível Casamento 2013 – participou nos dias 15 e 16 de abril de um congresso nas Ilhas Mauricio sobre destination wedding. Se ela já estava superempolgada com os “escritórios” lançados recentemente em Paris, Nova York e Florença – parceria com empresas de organização de eventos estrangeiras -, agora que está cheia de novidades na bagagem vai ficar difícil segurá-la por aqui.
Para ela, esse tipo de experiência abre a cabeça para novas idéias e faz tudo fluir melhor. Cá entre nós, Lela confessou que não resistiu e acabou convidando uma das organizadoras do congresso para vir ao Rio de Janeiro em agosto, na IC Week.
“Minha participação no congresso foi decisiva para minha carreira. Foi importante pra mim e será muito importante para o mercado de destination wedding no Brasil, pois uma coisa eu notei: ainda estamos (e eu super me incluo) engatinhando neste segmento.”
Ponto número um: o conceito DESTINATION WEDDING
Lela explicou que os principais profissionais do mercado mundial não tratam qualquer casamento fora da cidade dos noivos como destination wedding. Adaptando a ideia ao nosso contexto, podemos usar como exemplo um casal que mora no Rio e resolve se casar em Itaipava ou em Búzios. É um destination? Na concepção abordada, eles estão realizando um casamento temático, na Serra ou na praia. “Até porque muitos dos convidados inclusive têm casas de veraneio nestes lugares”, explica Lela. E o que faz então um casamento ser destination wedding, ela questiona e responde: “A experiência de vida que esse casamento traz para os noivos e seus convidados. Seja através de experiências culturais, gastronômicas ou de contrastes regionais. Então, se um casal de estrangeiros resolve se casar em Búzios, é um destination wedding! Mas se noivos cariocas querem se casar por lá, esse é um casamento com tema praia”, ressalta.
Começando do zero
Outra observação foi o fato da maioria das wedding planners de diversos países do mundo – salve raras exceções – serem unânimes ao dizer que os casais procuram as cerimonialistas no seu país de origem para fazer o casamento fora. Lela adverte dizendo que no Brasil muitos casais estão fazendo o inverso, procurando os profissionais diretamente no país onde desejam casar.
“Estar muito bem informada e antenada é o meu objetivo. Tenho total consciência de que preciso trabalhar cada vez mais para criar novas parcerias e saber de tudo um pouco (quer dizer, de tudo muito, fica melhor, né?): onde fazer, quanto custa, quais as opções, o que não pode e outras infinidades de detalhes. Para vender e deixar meu cliente seguro eu preciso estar informada e preparada. Esse congresso foi maravilhoso para network! Ficar parada não é comigo!”
Lost in translation
Esse foi um dos temas abordados e que participei como speaker: afinal, as dificuldades enfrentadas em países que não falam a sua língua, interferem ou não na produção do evento? Lela foi enfática e logo disse que não.
“Primeiro, porque realmente não vejo dificuldades em trabalhar fora do Brasil. Dei o exemplo de um casamento na Itália que estava organizando (que acabou sendo cancelado), em que todas as conversas e trocas de e-mails foram realizadas em inglês, sem problema algum. Mas os contratos recebidos foram em italiano, então, como não domino a língua, usava o Google Tradutor para ter uma ideia do contexto geral, tirar as dúvidas com o fornecedor e, sempre que necessário, eu providenciava a contratação de um intérprete/tradutor.”
Saber onde se pisa!
Para bom entendedor meia palavra basta! Saber onde está pisando é tarefa número um de um profissional de destination wedding. E é exatamente isso! Conhecer as leis, costumes e tradições culturais do lugar.
“Na índia, por exemplo, não se come carne. Jamais um brasileiro vai poder fazer churrasco lá! Nos EUA as Leis que proíbem o serviço de álcool para menores de idade vigoram plenamente. Passei por esse problema recentemente, porque estou organizando um evento em julho, em Nova York, e tive que buscar um novo lugar em função da proibição de servir champagne no evento que teria crianças presentes. Você deve estar se perguntando: “como assim?” Exatamente isso! O casal tem dois filhos que estarão na festa e o local escolhido não permitia servir bebida alcoólica, mesmo com a presença dos pais. Tive que buscar uma nova alternativa, mantendo o conceito inicial.”
O conceito de “experiência” nos Destination Weddings é a nova formula para casamentos inesquecíveis. Os noivos não querem mais um casamento incrível só para eles. A ideia agora é compartilhar, agregar o oferecer, sim!, dias maravilhosas aos convidados. É um novo mercado, total em crescimento no mundo todo. Quem acompanhar o ritmo, terá um futuro brilhante. Para Lela, cabe aos profissionais do mercado de casamento, a preparação para encarar este novo desafio. “Eu estou fazendo a minha parte”, garante.